Os fantasmas do Lehman Brothers e do Bear Stearns, os bancos que faliram na esteira da crise de 2008, continuam provocando arrepios nos investidores.
A crise financeira
de 2008 ainda não acabou. Seu epicentro nos Estados Unidos permanece
por lá com infiltrações nos caixas fortes dos bancos, rachaduras nos sistemas de crédito
e débito e nos tremores de apostas em arriscadas alavancagens
financeiras. Os bancos do lado de fora do solo americano igualmente
sofreram as consequências assim como as economias dos países sede.
O sistema bancário e financeiro americano que dita as normas de funcionamento do mundo do dinheiro caminha com dois passos à frente e um atrás. O risco eminente é de haver troca nas passadas, vindo para duas atrás e uma à frente. O que já seria o sinal vermelho da derrubada da confiança e da garantia de ampla cobertura das quebras. Sinais visíveis da bola de neve financeira sem tamanho ladeira abaixo.
A propalada reforma financeira pós crise de 2008 precisa ser terminada se é que foi levada a termo como convém. A única iniciativa visível até então do governo dos Estados Unidos foi a cobertura de muitos trilhões de dólares para compor a ajuda bancária. Algumas medidas para regular melhor o sistema e impedir práticas financeiras indiscriminadas foram tomadas mas os efeitos ficaram longe de atingir seus objetivos.
Os maiores bancos estão hoje maiores do que eram há 6 anos atrás além de continuarem a se envolver em vários dos mesmos comportamentos de risco que levaram àquele desmonte financeiro. O estopim do epicentro da crise foi as operações de tomada de crédito de curto-prazo no financiamento de aquisições de apólices, certificados e ações de alto risco (especulativas).
Os grandes bancos se juntaram em torno de suas empresas e de bancos menores associados para se defender das tentativas de reformas apresentadas pelo governo federal e das cobranças das agências reguladoras. Pagaram no decorrer das providências administrativas e legais um valor bem menor que o rombo por eles criado, algo no nível de US$ 100 bilhões.
Um ou outro executivo foi processado e multado, e até mesmo preso, enquanto todo o resto do time do pôquer financeiro permaneceu apostando, após o susto, do mesmo jeito que antes. Só que os valores das multas pagas não chegaram aos pés dos totais estimados pelas perdas provocadas ao mercado. Profissionais fora da jogatina consideraram as multas inacreditáveis e tão chocantes quanto indefensáveis.
Os seis maiores bancos americanos, JPMorgan Chase,Bank of America ,
Citigroup, Wells Fargo, Goldman Sachs e Morgan Stanley estão hoje com
patrimônios maiores do que estiveram antes da crise de 2008. Eles detém
agora entre eles uma posição em ativos superior a um terço do total que
detinham um ano após a crise. Já em relação ao sistema bancário inteiro,
que congrega 7.000 organizações, eles são donos de dois terços dos
ativos totais.
As medidas adotadas pela Corporação Federal de Segurança de Depósitos, órgão responsável americano, apontam para novos percentuais que os grandes bancos devem seguir em relação a suas operações de empréstimos, levando em conta o total de ativos. Assim, um banco não poderá pedir emprestado mais que US$ 0,95 de cada US$ 1,00 de seus ativos (ações, papeis financeiros, empréstimos hipotecários, empréstimos comerciais, entre outros).
Essas medidas seriam cômicas se não fossem de fato duras e sérias. Pois, assim é, até na maior economia do mundo. Elas só deverão entrar em vigor a partir de 1o de janeiro de 2018. Se o sistema foi mal das pernas em 2008, vindo então tropeçando e tropicando de lá para cá, como poderá ele se sustentar em pé sem desabar até o último dia de 2017?
Ainda mais porque as manobras contábeis tem ajudado aos bancos a manipularem números e percentuais para continuarem a jogar
no mercado suas apostas. As fichas estão na mesa e os lances se tornam
cada vez mais altos e arriscados. O truque contábil mais evidente e
usado com certa frequência é o de maquiar contas de sorte a reduzir o percentual de “alavancagem” de um banco – a relação entre o que o banco detém e o que ele deve.
O sistema bancário e financeiro americano que dita as normas de funcionamento do mundo do dinheiro caminha com dois passos à frente e um atrás. O risco eminente é de haver troca nas passadas, vindo para duas atrás e uma à frente. O que já seria o sinal vermelho da derrubada da confiança e da garantia de ampla cobertura das quebras. Sinais visíveis da bola de neve financeira sem tamanho ladeira abaixo.
A propalada reforma financeira pós crise de 2008 precisa ser terminada se é que foi levada a termo como convém. A única iniciativa visível até então do governo dos Estados Unidos foi a cobertura de muitos trilhões de dólares para compor a ajuda bancária. Algumas medidas para regular melhor o sistema e impedir práticas financeiras indiscriminadas foram tomadas mas os efeitos ficaram longe de atingir seus objetivos.
Os maiores bancos estão hoje maiores do que eram há 6 anos atrás além de continuarem a se envolver em vários dos mesmos comportamentos de risco que levaram àquele desmonte financeiro. O estopim do epicentro da crise foi as operações de tomada de crédito de curto-prazo no financiamento de aquisições de apólices, certificados e ações de alto risco (especulativas).
Os grandes bancos se juntaram em torno de suas empresas e de bancos menores associados para se defender das tentativas de reformas apresentadas pelo governo federal e das cobranças das agências reguladoras. Pagaram no decorrer das providências administrativas e legais um valor bem menor que o rombo por eles criado, algo no nível de US$ 100 bilhões.
Um ou outro executivo foi processado e multado, e até mesmo preso, enquanto todo o resto do time do pôquer financeiro permaneceu apostando, após o susto, do mesmo jeito que antes. Só que os valores das multas pagas não chegaram aos pés dos totais estimados pelas perdas provocadas ao mercado. Profissionais fora da jogatina consideraram as multas inacreditáveis e tão chocantes quanto indefensáveis.
Os seis maiores bancos americanos, JPMorgan Chase,
As medidas adotadas pela Corporação Federal de Segurança de Depósitos, órgão responsável americano, apontam para novos percentuais que os grandes bancos devem seguir em relação a suas operações de empréstimos, levando em conta o total de ativos. Assim, um banco não poderá pedir emprestado mais que US$ 0,95 de cada US$ 1,00 de seus ativos (ações, papeis financeiros, empréstimos hipotecários, empréstimos comerciais, entre outros).
Essas medidas seriam cômicas se não fossem de fato duras e sérias. Pois, assim é, até na maior economia do mundo. Elas só deverão entrar em vigor a partir de 1o de janeiro de 2018. Se o sistema foi mal das pernas em 2008, vindo então tropeçando e tropicando de lá para cá, como poderá ele se sustentar em pé sem desabar até o último dia de 2017?
Ainda mais porque as manobras contábeis tem ajudado aos bancos a manipularem números e percentuais para continuarem a
Dessa forma, a jogatina no mercado de títulos financeiros de toda ordem fica com volume maior e com mais alternativas de negócios e maiores possibilidades de serem mitigadas perdas e melhoradas as chances de ganhos. Ocorre que o nível de risco sobe no mesmo ritmo do nervosismo, tensão e apreensão dos agentes.
Estimativa feita pelo Wall Street Journal indica que cerca de US$ 500 bilhões foram maquiados nos balanços dos grandes bancos americanos e injetados somente no mercado durante o ano passado, fora dos limites legais permitidos, para financiar o volume da jogatina. Aumentando o tamanho e a temeridade da bolha financeira.
Os fantasmas do Lehman Brothers e do Bear Stearns, os bancos americanos que faliram na esteira da crise de 2008, continuam provocando arrepios nos investidores, nos agentes controladores federais e mesmo nos banqueiros e seus operadores. Afinal estes últimos querem mesmo é navegar nas ondas do risco, mas não querem naufragar na jogada errada da especulação.
O grande jogo financeiro americano, não o único, mas o mais pesado e poderoso do planeta, estampa a corrida pelo ganho rápido e fácil, uma sanha destruidora sem limites que beira as raias do descontrole psicológico.
Embora relativamente estimado, o descontrole convive dia a dia com os altos e baixos dos negócios, das cotações, da incerteza latente. Mas há o padrinho fiel, companheiro inseparável dos jogadores, o sistema de reserva federal, disposto e pronto a garantir uma eventual quebradeira sem retorno. Em alguns estados americanos o limite circula por volta de 55% do total da perda. Os estados se associam assim aos jogadores para garantir pouco mais da metade de um possível e cada vez mais provável afundamento.
Os donos do capitalismo na América acabam influindo nas regras do sistema para chegarem a conseguir e ter um capitalismo do jeito que querem, o capitalismo dos donos. Satisfatoriamente sem amarras e impedimentos que prejudiquem a corrida sem barreiras ao lucro.
Há opositores americanos ao sistema de controle, porém, que combatem não só os percentuais de segurança da alavancagem bancária, mas também o prazo de entrada em vigor das novas regras. O que não altera muito o quadro uma vez que o risco do descontrole geral é crescente e progressivo. E uma nova crise pode não estar muito distante no horizonte.
Enquanto isso milhões de africanos morrem de fome, doenças e violência de mercenários. Palestinos assassinados por ações terroristas declaradas. Migrantes ilegais fugindo de seus infernos e caindo noutros legalizados. Desempregados levados às ruas pela esteira da crise de 2008. Entre outros contingentes. O mundo de pernas para o ar. Os donos do capitalismo mandam e desmandam e viram as costas para o capitalismo sem dono, por eles criado, onde vegetam e desesperam miseráveis, oprimidos, desempregados e indefesos.
Da Carta Maior