Paulo Cezar da Rosa
A soberania nacional é pauta das eleições, como diria Chico Buarque
No próximo domingo, os brasileiros e brasileiras, do Oiapoque ao Chui, vão decidir os rumos da eleição presidencial. Mas estes brasileiros não decidirão apenas quem será o próximo presidente ou a próxima presidenta. A decisão domingo é muito mais profunda e complexa. O eleitor vai decidir entre Dilma e Serra, entre continuar mudando ou retroceder, mas, principalmente, vai decidir entre o Brasil e o Brazil.
Antes do século passado, a grafia do nome do país com S ou com Z era controversa. Com a criação da Academia Brasileira de Letras, em 1897, a definição da grafia passou a ser discutida. Não tenho ideia de como foram os debates, mas a decisão só veio acontecer em 1922, definindo Brasil com S, como se mantem até hoje.
Se mantem, mas pode mudar. Sim, porque a decisão domingo é entre o Brasil e o Brazil. Entre o que foi possível construir desde as greves patrocinadas pelos anarquistas de 1922 e o melhor governo que Brasil já teve, de um lado, e a elite que resiste a democratizar a riqueza, o consumo e o poder, de outro. Entre a ideia de um país soberano, “que não fala fino com Washington, nem grosso com a Bolívia”, como bem disse Chico Buarque, e um país subserviente ao império norte-americano na economia, na cultura, na ideologia, na vida.
No domingo, o voto é entre o metalúrgico Luiz Inácio Lula da Silva, aprovado por mais de 80% das pessoas, e o doutor Fernando Henrique Cardoso, reprovado por mais de três quartos dos brasileiros.
No domingo, o voto é entre o Brasil que é Petrobras e é Dilma, e o Brazil que é Petrobrax e é Serra.
É Brasil X Brazil.
Eu voto Brasil, com certeza.
Fonte: Carta Capital
Graura: Sátiro
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