“Dilma, eu não me engano, privatizar é coisa de tucano”, entoaram nesta segunda-feira (6) manifestantes concentrados em frente à Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), contrários ao processo de privatização dos aeroportos.
O protesto reuniu militantes do Sindicato Nacional dos Aeroportuários (SINA), Central Única dos Trabalhadores (CUT), Central de Movimentos Populares (CMP), Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB), Partido dos Trabalhadores (PT) e Partido Pátria Livre (PPL), que se pronunciaram contra a entrega do patrimônio público nacional. A privatização dos aeroportos de Cumbica, em Guarulhos, de Viracopos, em Campinas, e Juscelino Kubitschek, em Brasília, que juntos respondem por 30% da movimentação dos passageiros, 57% da carga e 19% das aeronaves do sistema brasileiro foi denunciada como um “crime de lesa-Pátria”.
“É preciso falar o português claro, pois não tem sentido nenhum dar dinheiro público para os estrangeiros virem tomar o que é nosso. Infelizmente é o patrimônio do Brasil que está sendo entregue pelo governo que nós ajudamos eleger. É a pauta dos derrotados, vindo com força”, denunciou Francisco Lemos, presidente do SINA. Lemos lembrou que primeiro o governo disse que não havia dinheiro para modernizar os aeroportos diante da urgência da Copa do Mundo - e que era preciso garantir a participação estrangeira no leilão. Depois, o BNDES foi acionado para financiar a desnacionalização, o que é totalmente absurdo.
Como sintetizou o secretário de Administração e Finanças da CUT Nacional, Vagner Freitas, “a privatização dos aeroportos representa um descarrilhamento do governo”. “A proposta neoliberal de sucateamento do patrimônio público e abertura ao capital internacional foi derrotada nas urnas, pois todos sabemos o que significou a privatização da telefonia, da energia e da siderurgia. Neste momento em que o país precisa crescer e se desenvolver para enfrentar os impactos da crise internacional, não podemos permitir o retrocesso. Ao privatizar os aeroportos, o governo não está sendo leal com o voto das urnas e a CUT não vai admitir esta violência”, ressaltou Vagner.
“Coerente com o que defendemos e pensamos quando enfrentamos a polícia e a repressão nos anos 90, estamos aqui hoje para denunciar o absurdo que é entregar o filé do transporte aéreo brasileiro, os melhores e mais lucrativos aeroportos à iniciativa privada. E pior, com 80% dos investimentos oferecidos pelo BNDES, que é um banco público”, acrescentou Quintino Severo, secretário geral da CUT Nacional.
Representante da CMP, Luiz Gonzaga (Gegê) denunciou a privatização como um retrocesso lamentável e defendeu a mais ampla mobilização da sociedade brasileira para impedir o prosseguimento de tal crime.
O presidente da CGTB, Ubiraci Dantas de Oliveira destacou a importância da unidade das centrais e do movimento social para a luta em defesa do Brasil. “Nós precisamos de um Estado cada vez mais forte e atuante em defesa dos interesses do nosso povo, do desenvolvimento nacional. Privatizar é o oposto disso, é abrir mão da soberania”, condenou Bira.
Para o diretor executivo da CUT Nacional, Júlio Turra, o momento exige dos movimentos sindical e social uma ação mais contundente, “para não dar vida fácil aos privatistas e aos que querem continuar perpetrando crimes como este contra o patrimônio público”. “Não vamos permitir que continuem metendo a mão em recursos públicos, em dinheiro do BNDES, para dar lucro garantido a meia dúzia de assaltantes”, acrescentou o secretário de Políticas Sociais da CUT São Paulo, João Batista Gomes (Joãozinho).
Membro da direção nacional do PT, Marcos Sokol lembrou que um serviço público essencial, como e o caso dos aeroportos brasileiros, funciona na base de subsídio cruzado, onde a parte lucrativa garante a deficitária. “Agora querem privatizar o filé, deixando o osso para o Estado. Isso é um crime, uma concessão ao capital internacional, é a volta dos que não foram, na realidade. Se há males que vêm para o bem, posso dizer que esse crime contra a nação brasileira não ficará impune”, acrescentou Sokol.
Em nome da Juventude Pátria Livre (JPL), Antonio Henrique denunciou que a privatização dos aeroportos é “um ato praticado pelas viúvas de FHC, que depois de terem vendido 121 estatais lucrativas querem agora continuar entregando aos estrangeiros a nossa fronteira aérea, dilapidando a nossa empresa de infraestrutura aeroportuária”. “O que precisamos é de mais Estado, de empresas públicas para fazer o Brasil crescer”, concluiu.
Essas são as vozes dos corporativistas, aqueles que pensam apenas no seu umbigo. São vozes privadas e atrasadas.
ResponderExcluirTalvez seja necessário introduzir, como Lênin fez na época da Nova Política Econômica, um pouco de capitalismo, pois temos que admitir que as estruturais estatais, no Brasil, não nasceram vocacionadas para o serviço público, mas para servir como um braço em um corpo de Estado autoritário. O Estado não é um mal, é simplesmente um conjunto de cidadãos integrados sob culturas e ideias semelhantes, com objetivos maiores em comum, em um território historicamente ocupado sob determinadas condições e, em u um dado momento, integralizado em seus múltiplos fatores constitutivos. A história do Brasil, no entanto, não percorreu os caminhos de formação de cidadãos, e sim de dispersão de populações comandadas por interesses de exploração. Daí as condições que produziram, em seguida, um Estado corporativista, não de matriz operária, de classes trabalhadoras em luta menos sangrenta com suas classes dominantes, mas oligopolista. Com o tempo, formou-se uma péssima mentalidade, afim ao "paletó na cadeira", à "carteirada", ao simples desprezo pelo cidadão. Isso tem que ser consertado, e é um trabalho de décadas. Nesse sentido, alguma privatização auxilia para criar uma classe trabalhadora que poderá tomar o poder como classe trabalhadora, e não como estamento superior.
ResponderExcluirPara mim pouco importa o aspecto ideológico - o qual, com todo o respeito, desprezo. O que efetivamente importa é que o povo que utiliza os serviços públicos ( e mesmo com a privatização ou desestatização esses serviços se mantém como públicos) tem o direito de ser bem atendido, com eficiência e qualidade. Isso não ocorre nos aeroportos brasileiros, infelizmente. O estado -- que é fundamental -- não tem condições por si só de prestar a universalidade dos serviços, ele é obrigado a fazer concessões, permissões, autorizações e parcerias com a iniciativa privada. Esse é o modelo de estado regulador, aliás que está definido na própria Constituição Federal. Essa privatização da Dilma é um avanço considerável no pensamento da esquerda no Brasil. Temos de deixar de lado a conversa ideológica e corporativista para pensarmos num Brasil melhor, mais justo e com inclusão social, isso é o que interessa.
ResponderExcluirEu não tenho nada a dizer!!Sou avesso as ideologias marxitas e e abomino o comunismo em todas as suas manifestações. Tristemente, as correntes socialistas e comunistas estão hoje no domínio do poder público. A única coisa que posso antever de tudo isso, é o que a história nos deixo deixou legado quanto as experiências passadas: tirania! O sonho de Marx do proletariado no poder é uma realidade no Brasil! E quanta desgraça adveio dessa monstruosidade criada no Foro de São Paulo! Alguém ai acredita em Deus? As coisas ainda vão piorar muito amigos! Ninguém, nem da direita, nem da esquerda conseguirá conter a onda de crises econômicas, violência e imoralidade que irromperão como larvas vulcânicas do coração humano! Prevendo essa onda de acontecimentos Jesus declarou:" Quando virdes todas estas coisas acontecendo, levantai as vossas cabeças porque o fim está perto" Então amigo, cabeça levantada, esperança e perseverança, porque logo virá o segundo domínio, eterno, e nele não entrarão politiqueiros hipócritas e politiqueiros cuja única meta é o enriquecimento ilícito. Que Deus nos proteja e nos prepare para estes eventos finais!
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