Mau gosto não se discute
O senhor acima assinalado (no fac-símile), garante que no momento, no Estado do Rio Grande do Sul, temos um "ótimo governo" (íntegra aqui). Acreditem!
"Sorvete ótimo!", dizia um empedernido sujeito, que lambia sabão e afirmava que era sorvete de baunilha, a um interlocutor que o alertara do engano.
Gosto de sabão não se discute.
O que não é possível aceitar é a argumentação que sustenta o mau gosto. O lambedor de sabão, além do gosto duvidoso, domina a lógica formal de um modo igualmente duvidoso.
O boca-de-sabão adota a mesmíssima estratégia de defesa da própria governadora-ré, qual seja, a corrupção, o vendaval de denúncias, o processo que se desbobra no Judiciário, etcetera, são como as intempéries. Elas acontecem, nada se pode fazer contra elas, a não ser lamentá-las e continuar trabalhando contra essas peças que o destino nos prega de forma tão injusta e impenitente.
Os erros, as deficiências e a ruindade do pior governo - em todos os tempos - do Rio Grande do Sul vêm de fora. Trata-se de uma administração que trabalha com zêlo e determinação, mas é colhida diariamente pelas mais terríveis calúnias e conspirações.
As denúncias adquirem, assim, estatuto de entidade fantasmagórica que surgem repentinamente - no céu azul da existência - para destruir as melhores intenções e os mais jubilosos sonhos da governadora-ré.
Pensando bem, é de se concordar com o boca de espuma: de fato, ressalvando a corrupção, o despreparo, a vulgaridade, a falta de espírito republicano, o total descumprimento das funções precípuas do Estado, as relações obscuras com os interesses inconfessados, a violência policial, o deserto de idéias e de realizações, e a boçalidade dos tipos é mesmo um ótimo governo, este.
O pior analfabeto é o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos. Ele não sabe que o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio dependem das decisões políticas. Bertolt Brecht
quinta-feira, 3 de setembro de 2009
A argumentação infantilóide de um lambedor de sabão
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