São quatro as multinacionais que controlam o cartel das privatizações da água no mundo. Elas são associadas a um grupo considerável de grandes trustes que apostam na água como uma mercadoria tão ou mais importante que o petróleo.
O Cartel que busca a privatização da distribuição da água no Brasil é composto por empresas conhecidas do grande público: o grupo francês Vivend está associado a Dominó Holdings S.A., que compõe com a Andrade Gutierres, com o Banco Mundial, o Banco Oportunity(aquele do escândalo do mensalão) – ligado ao City Bank – e a Copel Participações. A Águas do Brasil, subsidiária da Odebrecht, que pretende atuar na nossa região, também participa do Cartel das águas.
Quando o leitor ouvir falar em privatização da distribuição em Santa Cruz e Rio Pardo, pode associar esse processo a esse Cartel.
Somente Inglaterra e França tem água privatizada na Europa. Em Paris o Prefeito está exigindo a devolução porque as tarifas penalizam a população.
No Paraná o governo do Estado vendeu 39,71% das ações da Sanepar para o Cartel citado. Isso foi um desatino. O Governador Requião, recentemente, teve que reaver na justiça porque a população não suportava as tarifas.
No Brasil, nos municípios que privatizaram, o usuário vive um inferno. A diferença de tarifa chega a 2.600%. Em Campos-MG(onde o Cartel domina) a distribuição custa cinco vezes mais que os municípios vizinhos de água pública. No município de Embak-MG a administração não cobra a distribuição.
Em Carandaí-MG existem dois bairros com todos os encanamentos instalados, mas a distribuição não acontece porque a empresa entende que não há retorno financeiro.
A SUEZ(pertencente ao cartel das águas) tem a concessão da distribuição na capital da África do Sul, Joanesburgo. Lá a empresa instalou torneiras nos bairros pobres, em vez de instalações nas residências. Mas os usuários só podem abrir as torneiras depois de comprar um cartão pré-pago, tal qual a telefonia.
Com o tempo assistiremos a rarefação da água, não pela quantidade, mas pela qualidade. Há milhões de anos que a quantidade de água no mundo é a mesma. Esse marketing de melhorar a qualidade com a privatização é falso, tal qual o marketing sobre a água mineral. Essa não é potável e só a propaganda cria a ilusão que ela é melhor que a potável.
Transformar a água numa mercadoria significa mercantilizar a vida. Trata-se, também, de privatizar o poder político. Como vamos confiar as decisões sobre a vida a indivíduos privados? Essa sanha de privatizações tem como palco os cofres dos cartéis que disputam mercadorias com liquidez segura.
Na Itália mais de um milhão e meio de assinaturas em abaixo assinado contra a privatização. Em todo o mundo há fortes movimentos pela água pública. Em Manaus a Suez protagonizou uma CPI por causa dos danos à população.
As prefeituras que patrocinam a privatização estão longe do conceito republicano de democracia. Se inserem nesse contexto internacional insano do lucro à custa da vida.
Os valores em defesa da vida exigem a água fora do mercado, o mercado fora das águas. Como disse Charles Chaplin: “A vida é uma peça de teatro que não permite ensaios.”
Luiz Augusto Rodrigues
advogado
Via IRAN PAS
Estamos sendo afogados em nossas próprias águas...
ResponderExcluirÉ muito bom saber que tem gente ligada nisso e que nos traz esse tipo de informação. Estou fascinado em conviver aqui na blogosfera, existem blogs que contribuem bastante para o nosso crescimento político-social-intelectual, este é um deles. Vou ficar ligado em suas postagens, me "água"arde, opa, desculpe o xiste hehehehhe.... Valeu, muito bom seus espaço!!!