terça-feira, 8 de novembro de 2011

A queda de Berlusconi


Em frente ao parlamento, regado a espumante e panetone, povo comemora a iminente queda de Berlusconi.

O primeiro-ministro Silvio Berlusconi já não reúne a menor condição de seguir à frente do governo italiano. Com um princípio de crise que promete se tornar uma avalanche batendo às portas da economia do país (e, em consequência, de toda a Europa), a prova ao premier foi dada na votação na Câmara dos Deputados, do orçamento referente a 2010.
As contas foram aprovadas, mas por apenas 308 votos, bem abaixo dos 316 necessários para uma maioria absoluta – que, num sistema parlamentarista, é praticamente a condição de existência de um primeiro-ministro. A oposição ao premier se absteve na votação. O revés deverá ser fatal.
Cedendo a crescentes pressões da oposição e de lideranças da zona do euro, o primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, renunciará ao cargo após a aplicação das medidas de austeridade para reduzir o deficit público do país, segundo nota oficial da Presidência divulgada nesta terça-feira. O premiê se reuniu com o presidente italiano, Giorgio Napolitano, no palácio do Quirinale, sede da Presidência da Itália, junto a lideranças do partido direitista Liga Norte, da base do governo.
Segundo o comunicado da Presidência, Berlusconi teria dito que tem consciência das implicações da votação de hoje expressou preocupação com a necessidade de dar respostas aos parceiros europeus. Logo após a votação, o ministro da Defesa, Ignazio La Russa, afirmou que, independente do resultado, os números teriam que ser levados para o chefe de Estado do país.
Resumindo, a contagem regressiva para a queda de Berlusconi começou hoje, para o alívio geral do povo italiano!


Informações da Carta Capital, Folha e agências de notícias

Via Aldeia Gaulesa

8 comentários:

  1. Berlusconi é mal educado e grosseiro, está no poder por absoluta falta de opção política. Mas calma, ele ainda não saiu. Apenas anunciou que sairia, apesar de ter perdido a maioria no parlamento, mas antes quer fazer as reformas que a Itália precisa.

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  2. As "reformas que a Itália precisa" são as fórmulas mágicas do FMI. Certamente são o que o povo italiano não precisa. Fora Berlusconi!!!

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  3. Não te esqueça que o Brasil, governado pelo PT, dá dinheiro para o FMI implementar "fórmulas mágicas" aos países em crise!

    Foi o FMI que exigiu que o Brasil fizesse uma lei de responsabilidade fiscal. Essa lei (hoje inquestionável) , por acaso, é uma "fórmula mágica"?

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  4. Foi a "fórmula mágica" do FMI que levou a Argentina à bancarrota no início do milênio. Só depois que roupeu com o fundo que voltou a crescer!

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  6. Gelso, você está enganado em relação à Argentina. O FMI insistia para que Menen e os que sucederam desvalorizassem o peso, assim como fez o Brasil em 1999. A Argentina teimosamente manteve a paridade cambial que era completamente insustentável. Não seguiu as receitas do FMI e o país quebrou. Acabou com a economia interna e ficou completamente dependente do capital externo. Deu no que deu.

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  7. Copio e colo da wikipédia:

    O Ministério da Economia havia traçado certas medidas financeiras com a finalidade de barrar o déficit fiscal, buscando principalmente novos empréstimos do Fundo Monetário Internacional (FMI).
    O Panelaço

    Em meados de dezembro iniciam-se alguns protestos de classes populares em algumas cidades das províncias, levados adiante pelos denominados "piqueteros". Alguns analistas políticos atribuem estas revoltas a um plano desestabilizador orquestrado por alguns líderes contrários ao governo de De la Rúa. Como nos governos anteriores de Menem e Alfonsín, vários comércios em zonas empobrecidas do interior do país sofrem saques por parte de setores da população desempregados e indigentes.

    A partir de 19 de dezembro de 2001 iniciam-se as manifestações populares conhecidas como panelaço, que terminarão com a renúncia do presidente De la Rúa. Durante o dia, em diferentes pontos do país, com epicentro em Buenos Aires, graves distúrbios e revoltas sociais ocorrem. Há conflitos com a polícia, sendo os mais violentos os que ocorrem nas imediações da Casa Rosada, na capital: ao menos 5 pessoas morreram no embate com a polícia. Diante dessa situação, o presidente decide decretar estado de sítio, que suspende as garantias constitucionais dos cidadãos. O anúncio é realizado em cadeia nacional pelo próprio presidente. Espontaneamente milhares de argentinos vão às ruas batendo panelas, decepcionados com as recentes medidas civis e econômicas. Pacificamente, a população manifestou seu descontentamento durante toda a noite, enquanto a polícia tentava os manter distante da Casa Rosada utilizando-se de gás lacrimogêneo - na mesma noite renuncia Domingo Cavallo.

    No dia 20 de dezembro novos conflitos ocorrem entre a políicia e os manifestantes, reunidos na Plaza de Mayo, em frente à Casa de Governo, e em outros pontos do país. Mais pessoas morrem durante esse choque - calcula-se que 30 pessoas tenham morrido em diversos conflitos.

    Às 4 da tarde o presidente pronunciou um discurso pela televisão convocando a "unidade nacional" e oferecendo ao Partido Justicialista co-governar o país. Diante da negativa judicialista, Fernando de la Rúa renunciou.

    Em sua carta de renúncia manuscrita, enviada ao Senado [1][2], diz:
    Cquote1.svg "Dirijo-me aos senhores para apresentar minha renúncia como presidente da Nação. Cquote2.svg
    — '

    Minha mensagem de hoje para assegurar a governabilidade e formar um governo de união nacional foi rejeitada pelos líderes parlamentares.

    Acredito que minha decisão contribuirá para a continuidade institucional da República. Peço a este Congresso que aceite minha decisão.

    O saúdo com minha mais alta consideração e estima e peço a Deus pela ventura de minha pátria". (Fernando de la Rúa)

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