domingo, 1 de abril de 2012

Demóstenes, ora veja.


Demóstenes foi eleito senador por Goiás com o número 251. Se você quiser jogar no bicho, invertido do primeiro ao quinto, lembre-se que 51 é galo.

Todos os jornais de hoje reproduzem trecho das conversas gravadas, com autorização judicial, entre o Senador Demóstenes Torres (DEM) e o contraventor Carlinhos Cachoeira (no momento, preso).

Os constrangedores diálogos não deixam qualquer dúvida de que o senador – líder do DEM, relator do projeto da Ficha Limpa, autor de projeto de lei que transforma a corrupção em crime hediondo, crítico feroz dos governos Lula e Dilma, paladino da moral e dos bons costumes – nada mais era que um despachante do bicheiro de Goiás.

A decisão da Justiça, que botou a quadrilha na cadeia, diz o seguinte, na página 3:

“Detectou-se ainda, nas investigações, os estreitos contatos da quadrilha com alguns jornalistas para a divulgação de conteúdo capaz de favorecer os interesses do crime”.

Uma pista: as gravações da Polícia Federal mostra mais de 200 telefonemas trocados entre Carlinhos Cachoeira e o jornalista Policarpo Jr., diretor da sucursal de Brasília da revista Veja.

 
Todos os jornais de hoje trazem muitas matérias sobre a morte de Millôr Fernandes, gênio da raça, e também sobre o fim da carreira política do ex-moralista Demóstenes Torres. Nenhuma fala da revista Veja, onde Millôr escreveu por muitos anos e que, muito provavelmente, serviu de braço midiático da quadrilha de Goiás.

A primeira omissão é pelo mais justificado respeito. A segunda, pelo mais cretino corporativismo.

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Para ler a decisão da Justiça, clique aqui:

http://www.blogcidadania.com.br/2012/03/leia-a-espantosa-decisao-judicial-sobre-a-operacao-monte-carlo-2/


Para ler uma lista da matérias que Cachoeira plantou na Veja, clique aqui:

http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/as-materias-que-cachoeira-plantou-na-veja

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