Por Carlos Motta, no Crônicas do Motta
O governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro (PT), deu terça-feira
um exemplo do que é uma gestão preocupada com o bem-estar do cidadão:
assinou as notificações que confirmam a decisão de não renovar os
contratos de concessões de rodovias para operadoras privadas, que vencem
ao longo do primeiro semestre do ano que vem. São sete polos
rodoviários que haviam sido concedidos em 1998, no total de 1,8 mil
quilômetros, dos quais mil quilômetros são de estradas federais que
haviam sido delegadas ao Estado e serão devolvidas à União.
Tarso havia assumido o compromisso de acabar com as concessões na
campanha eleitoral de 2010, alegando que o modelo adotado há quase 15
anos causou longas polêmicas devido aos valores dos pedágios,
considerados altos pelos motoristas, e à falta de obras de expansão e
duplicação das rodovias.
Depois do fim dos contratos as rodovias estaduais serão administradas
pela recém-criada Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR), estatal que
pretende reduzir o preço dos pedágios em 30%.
O governo gaúcho avaliava inicialmente que as concessões poderiam ser
encerradas apenas no segundo semestre do ano que vem, quando se
completariam 15 anos de cobrança efetiva dos pedágios. Posteriormente,
verificou que o prazo começou a ser contado no momento da assinatura dos
contratos. As concessionárias devem recorrer judicialmente contra o que
consideram a antecipação do fim das operações. Segundo Tarso Genro, o
governo prefere uma solução amigável, mas o Estado está preparado para
enfrentar as empresas em um eventual processo na Justiça.
Enquanto isso, em São Paulo, o governador tucano Geraldo Alckmin, bem
ao seu estilo, toca projeto para instituir cobrança eletrônica por
quilômetro nas rodovias
estaduais, o que na prática vai instituir o pedágio urbano – motoristas
que, por um motivo ou outro, precisam passar por pequenos trechos de
algumas estradas receberão a fatura no fim do mês.
Pedágio, para os tucanos, como se vê, é coisa séria, um tabu que não pode ser afrontado.
Os valores cobrados ultrapassam os de países do Primeiro Mundo, mas
os serviços prestados pelas concessionárias são lastimáveis. Mesmo nas
melhores rodovias há poucos veículos de socorro trafegando, a
sinalização é deficiente, não se presta quase nenhuma informação sobre
as condições de tráfego, não há postos de parada para descanso, não
existe nada para impedir que os maus motoristas desrespeitem todas as
leis do trânsito e façam das estradas o seu playground particular.
Os postos de pedágio, porém, estão brilhando, bem iluminados, como se
fossem novinhos em folha, cada vez com menos cabines de cobrança manual
e mais cabines do tal serviço “Sem Parar” – outra picaretagem oficial.
Publicado no Escrevinhador
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Fez muito bem o Tarso em rescindir as concessões, mas fez muito mal em criar uma nova e$statal. Deveria fazer nova licitação, abrindo o leque com a participação de multinacionais e fazer novas concessões com compromisso de duplicação das estradas. Tarso está interessado na reeleição e tem todas as condições de ganhar, porque será apontado como o governador que baixou o preço dos pedágios. Mas apenas isso não adianta, o estado tem é que melhorar e duplicar a qualidade das nossas vergonhosas estradas. Uma estatal não vai resolver isso, é necessário parceria com a iniciativa privada -- que tem dinheiro para investimentos. Mas isso Tarso deve fazer após a reeleição, of course!
ResponderExcluirEm toda a europa o pedágio é feito por cobrança eletrônica por km percorrido. Esse é o modelo mais justo.
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