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– O presente manifesto tem por objetivo declarar o apoio ao processo de
democratização da comunicação que a América Latina, e em específico a
Argentina, vive nos últimos anos. Consideramos que a Lei de Serviços de
Comunicação Audiovisual, conhecida como Ley de Medios, promulgada no dia
10 de outubro de 2009, é, assim como leis similares na Bolívia, no
Equador e na Venezuela, fundamental para que possamos construir, através
da mídia, o respeito à diversidade, à democracia e ao direito à
comunicação resguardado pela Declaração Universal dos Direitos Humanos
de 1948.
2 – Consideramos importante pronunciar
nossa posição favorável à lei – principalmente hoje, no dia 7 de
Dezembro – o 7D – data simbólica e limite para adequação dos meios à
nova norma – dada a superficialidade e o maniqueísmo das notícias que
circulam na mídia hegemônica sobre o assunto. Os ataques dessa mídia,
historicamente aliada às oligarquias nacionais e internacionais, têm por
objetivo o controle da informação em defesa de seus interesses
monopólicos no Brasil, em detrimento da verdadeira liberdade de
expressão, informação e opinião.
3 – O direito à comunicação na Argentina é
prejudicado pelo histórico monopólio do Grupo Clarín, da mesma forma
com que no Brasil sofremos com a vocação monopolítica dos grandes
conglomerados empresariais, cujas principais representações, atualmente,
são a Rede Globo, no Brasil, e, no Rio Grande do Sul, o Grupo RBS.
4 – A Ley de Medios é formada por 166
artigos e foi construída em conjunto com diversos setores da sociedade
argentina. Gostaríamos de destacar alguns pontos: a criação do Conselho
Federal de Comunicação Audivisual; do Conselho Assessor da Comunicação
Audiovisual e da Infância e da Defensoria do Público de Serviços de
Comunicação Audiovisual; a garantia do direito de acesso universal a
conteúdos informativos de interesse relevante e de acontecimentos
esportivos; e o artigo 45, que limita a quantidade de concessões a cada
empresa, atuando para horizontalizar e tornar mais plural e competitivo o
espaço de mídia veiculado em concessões públicas – ou seja, de
propriedade da sociedade e não de empresas privadas.
5 – A Ley de Medios argentina é bastante
avançada, mas é muito semelhante ao que seria uma regulamentação do que
determina a Constituição Brasileira. No Brasil, porém, a pauta não
consegue avançar, por mais que seja discutida pelos setores organizados
da sociedade. Como está sendo feito na Argentina, na Bolívia, na
Venezuela e no Equador, precisamos de uma nova Lei de Mídia, de um novo
marco regulatório para as comunicações, para que o direito à voz deixe
de ser um privilégio submetido ao poder econômico. O Estado deve regular
e criar as condições necessárias para a pluralidade de vozes que ecoam
na mídia, barrando o domínio das onze famílias brasileiras proprietárias
da maior parte das empresas de comunicação do país.
6 – Não queremos, com esse manifesto,
endossar quaisquer outras políticas do governo Cristina Kirchner, mas
defender, sim, a soberania argentina e uma lei que aponta para a real
democratização das comunicações naquele país, com o ataque ao monopólio
do Grupo Clarín e a distribuição equitativa do espectro de rádio e
televisão entre espaços privados, públicos e estatais. As acusações que
rotulam a nova norma como “censura” ou uma forma de calar os opositores
são completamente irracionais e inaceitáveis.
7 – Entendemos que as especificidades
brasileiras exigem também especificidades na lei que deveremos construir
em nosso país, mas a Ley de Medios argentina, como as demais em
processo de consolidação na América Latina, podem e devem servir como
exemplo e como base para o que podemos e devemos construir aqui. O
debate na construção dessa regulamentação deve ser popular, envolvendo
todos os setores da sociedade e tendo como referência a Confecom, que,
em 2009, tirou mais de 600 propostas para o setor, amplamente debatidas
em etapas estaduais e jamais levadas a cabo pelo governo federal.
8 – A mudança no eixo do Estado é uma
necessidade, e ela passa também pela democratização da comunicação, pelo
empoderamento discursivo dos trabalhadores e dos movimentos sociais,
pelo fim dos monopólios e pelo fortalecimento da mídia alternativa,
comunitária e popular.
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Alexandre Haubrich – Jornalismo B
Alexandre Lucchese
Ana Barros Pinto – Jornalista
Ana Pessoa – Sotaque Coletivo (Fora do Eixo)
André de Oliveira – Coletivo Catarse
Arthur Viana – Revista Bastião
Atílio Alencar – Casa Fora do Eixo Porto Alegre
Beatriz Janoni – Sotaque Coletivo (Fora do Eixo)
Bibiano Girard – Revista O Viés
Bruna Andrade – Jornalismo B
Bruna Menezes – Telesur
Carlos Machado – Revista Bastião
Carolina Maia – Jornalista
Claudia Cardoso- Diretora Políticas Públicas SECOM RS
Douglas Coltri Skrotzky
Douglas Freitas – Revista Bastião
Everton Rodrigues – Mídias Sociais Digitais do Gabinente Digital do Governo RS
Felipe Martini – Tabaré
Felipe Severo – Revista O Viés
Fernanda Quevedo – Casa Fora do Eixo Porto Alegre
Fred Nicholson
Gabriel Hoewell – Revista Bastião
Gabrielle de Paula – Jornalismo B
Hélio Sassen Paz – Mestre em Ciências da Comunicação. Professor Unisinos
Ilza Maria Tourinho Girardi – Professora da Faculdade de Comunicação da UFRGS
Isadora Machado – Casa Fora do Eixo Porto Alegre
Jefferson Pinheiro – Coletivo Catarse
Jessica Dachs – Tabaré
João Victor Moura – Revista O Viés
Júlia Schawrz – Tabaré
Juliana Loureiro – Tabaré
Leandro Rodrigues – Tabaré
Liana Coll – Revista O Viés
Lisiane Andriolli Danieli – Revista Bastião
Lucio Uberdan – Núcleo de Mídias Sociais Digitais da SECOM-RS
Luísa Freitas dos Santos – Tabaré
Luiza Muller – Revista Bastião
Luna Mendes – Tabaré
Natascha Castro – Tabaré
Nathália Costa – Revista O Viés
Marcelo Cougo de Sá – Coletivo Catarse
Martino Piccinini – Tabaré
Rafael Balbueno – Revista O Viés
Rodrigo Cardia – blog Cão Uivador, Jornalismo B
Rosa Nívea Pedroso – Professora da Faculdade de Comunicação da UFRGS
Thaïs Bretanha – Jornalista
Tiago Miotto – Revista O Viés
Tiago Rodrigues – Coletivo Catarse
Vânia Mattos – Associação Cultural José Martí – RS, Comitê Popular Memória,
Verdade e Justiça
Wladymir Ungaretti – Professor da Faculdade de Comunicação da UFRGS
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Associação Cultural José Martí – RS
Casa Fora do Eixo Porto Alegre
Coletivo Catarse
Comitê Popular Memória, Verdade e Justiça
Jornal Tabaré
Jornalismo B
Rádio Ipanema Comunitária
Revista Bastião
Revista O Viés
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Comunicadores do Rio Grande do Sul em defesa da Ley de Medios
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Uma decisão judicial de última hora impediu a entrada em vigor da Ley de Medios. A liminar foi concedida a pedido do Grupo Clarín.
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