sábado, 18 de abril de 2009

Governo Yeda vira fardo para o PSDB e preocupa (muito) campanha de Serra

Na quinta-feira, a governadora Yeda Crusius voltou a reclamar da “onda de falsas denúncias” contra seu governo. Em um discurso confuso, falou de “raiva política” na Assembléia e invocou até o maio de 1968 em uma desesperada tentativa de dizer algo com sentido. Algumas das frases da governadora:

“Tenho certeza de que ela (a Assembléia) saberá agir de modo a não deixar repetir um ano ruim para o Rio Grande do Sul como 2008, um ano que, felizmente, terminou, diferentemente de 68”.

“O Estado saberá reagir a esta onda má, esta onda ruim que perdeu o respeito às instituições. Tá passando dos limites. Tá passando muito dos limites”.

As instituições parecem concordar com a governadora ao menos em um ponto: “tá passando muito dos limites”. O volume de denúncias e investigações envolvendo atuais e ex-integrantes do primeiro e segundo escalões do governo atingiu proporções extremamente graves. Na Assembléia, a base de apoio da governadora está silenciosa e apreensiva com o futuro próximo. Poucos sabem exatamente o que vem por aí.

Vinte e quatro horas depois de reclamar, mais uma vez, da “onda de falsas denúncias”, Yeda teve um choque de realidade durante conversa com o deputado federal do PSDB, Cláudio Diaz. O discurso da governadora não convence nem mais seus aliados mais próximos. Diaz afirmou que o governo está fragilizado e defendeu o afastamento imediato de secretários e assessores envolvidos em denúncias de corrupção e investigações diversas. Além disso, informou à governadora que a Executiva Nacional do PSDB está muito preocupada com os rumos do governo tucano no Estado e quer evitar danos graves à campanha presidencial de José Serra.

Em fevereiro deste ano, o governador paulista empenhou sua palavra na defesa de Yeda: “A governadora Yeda colocou o Rio Grande do Sul de pé”, disse Serra.

Hoje, nos círculos políticos mais informados do Estado, pouca gente duvida da informação sobre a delação premiada de Lair Ferst. E sabe das consequências disso. Está em curso, portanto, uma operação de redução de danos por parte dos partidos que compõem a base do governo. O PMDB, em especial, dá sinais que pretende acelerar o desembarque. A imensa maioria dos deputados da base aliada do governo está mais preocupada com a reeleição em 2010 do que com o futuro do governo Yeda. Até porque muitos acreditam que esse futuro é sombrio. Para agravar esse quadro, de Brasília vem informações preocupantes (para o governo) acerca da evolução das investigações sobre a morte de Marcelo Cavalcante. Há um clima de salve-se quem puder no ar.

Foto: Jefferson Bernardes/Palácio Piratini

Blog RS URGENTE

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