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sexta-feira, 11 de setembro de 2009

“Veículos para plantar informações”

No depoimento que Lair Ferst prestou ao Ministério Público Federal, em janeiro deste ano, ele volta a mencionar a existência de um grupo de jornalistas que serviriam de “veículos para plantar informações”. Lair cita os nomes de Fernando Albrecht, do Jornal do Comércio, Rogério Mendelski, do jornal O Sul, Políbio Braga, também de O Sul, e José Barrionuevo.

Segundo o relato que fez ao MPF, José Fernandes, dono da empresa Pensant (acusado de ser um dos pivôs da fraude no Detran) elaborou um dossiê contra ele e mandou para os veículos de comunicação com o objetivo de desgastá-lo junto à então candidata Yeda Crusius e afastá-lo da campanha. Lair Ferst afirmou:

“Esse dossiê caiu no Jornal do Comércio, na Zero Hora, no Correio do Povo e os editores me ligavam pra dizer que tinham recebido. O Jornal do Comércio tomou o cuidado de mandar um funcionário me levar o dossiê lá no comitê. Não foi divulgado. Mas algumas notícias foram plantadas, advertindo para as ‘más companhias’…Foram usadas a coluna do Fernando Albrecht, do Jornal do Comércio, a coluna do Rogério Mendelski, no Sul, do Políbio Braga, também no Sul, e o colunista Barrionuevo…Esses quatro jornalistas eram veículos de plantar informações sempre com a característica bem clara de quem lia, né….”

Não é a primeira vez que Lair Ferst faz referência a uma ligação entre jornalistas e acusados de participar da fraude no Detran. Em uma carta escrita à governadora Yeda Crusius, ele afirmou:

“Este grupo é liderado pelo ex-professor da Universidade Federal de Santa Maria, José Antonio Fernandes, e dos seus sócios Barrionuevo e do conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, Sr. João Luiz Vargas. Conta também com uma série de colunistas de vários jornais que tem remuneração paga pelo Sr. José Fernandes para plantar notícias de seu interesse particular. Usam diversas pessoas para servir aos seus propósitos escusos sem aparecer e ficar impune e livre de qualquer acusação”.

O Ministério Público Federal também fez referência à existência de um braço midiático do esquema na denúncia que encaminhou à Justiça Federal, em 2008:

“Ao lado disso, os denunciados integrantes da quadrilha não descuidavam da imagem dos grupos familiares e empresariais, bem assim da vinculação com a imprensa. O grupo investia não apenas na imagem de seus integrantes, mas também na própria formação de uma opinião pública favorável aos seus interesses, ou seja, aos projetos que objetivavam desenvolver. A busca de proximidade com jornais estaduais, aportes financeiros destinados a controlar jornais de interesse regional, freqüentes contratações de agências de publicidade e mesmo a formação de empresas destinadas à publicidade são comportamentos periféricos adotados pela quadrilha para enuviar a opinião pública, dificultar o controle social e lhes conferir aparente imagem de lisura e idoneidade”.

Ouvidos pela rádio Bandeirantes AM, Albrecht, Mendelski e Políbio Braga rechaçaram as acusações. Barrionuevo preferiu calar, dizendo que não trabalha mais como jornalista e sim no ramo do “marketing da imagem”.

Do blog RS Urgente


quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Yeda sabia de tudo, diz Lair

Do blog Zero Corrupção:

Cumprindo o que havia prometido para hoje, a deputada Stela Farias leu trechos do depoimento prestado por Lair Ferst ao Ministério Público Federal no dia 23 de janeiro deste ano, cujo conteúdo foi liberado pela juíza Simone Barbisan Fortes aos membros da CPI e não se encontra sob sigilo de Justiça.

Ao ser questionado pelos promotores, Lair diz que a troca da Fatec pela Fundae como prestadora de serviços ao Detran - e que deu origem a uma reorganização no esquema criminoso montado a partir da autarquia - foi autorizada pessoalmente por Yeda Crusius em uma reunião da qual participaram a governadora, Carlos Crusius, Delson Martini, Walna Meneses, Daniel Andrade e Chico Fraga.

Lair também revela que Yeda Crusius tanto sabia que ele seria excluído do esquema com a mudança de fundações, que pediu que ele ficasse tranquilo, pois seu caso seria resolvido, o que não aconteceu. “Me senti traído”, confessou aos promotores.

Lair ainda contou que, ao constatar que tinha sido deixado de fora da planilha da propina, foi reclamar com Chico Fraga, que lhe mandou reclamar para Yeda.

-Foi ela quem determinou os percentuais e não há nada pra ti, garantiu Chico Fraga.

Segundo Lair Ferst, Yeda Crusius sabia que empresas da sua família tinham sido contratadas pela Fatec como sistemistas, que conversou com a governadora sobre a situação e que Chico Fraga, quando anunciou que a substituição da Fatec pela Fundae foi explícito em afirmar que “falava em nome da governadora”.

Via RS Urgente

sábado, 18 de abril de 2009

Governo Yeda vira fardo para o PSDB e preocupa (muito) campanha de Serra

Na quinta-feira, a governadora Yeda Crusius voltou a reclamar da “onda de falsas denúncias” contra seu governo. Em um discurso confuso, falou de “raiva política” na Assembléia e invocou até o maio de 1968 em uma desesperada tentativa de dizer algo com sentido. Algumas das frases da governadora:

“Tenho certeza de que ela (a Assembléia) saberá agir de modo a não deixar repetir um ano ruim para o Rio Grande do Sul como 2008, um ano que, felizmente, terminou, diferentemente de 68”.

“O Estado saberá reagir a esta onda má, esta onda ruim que perdeu o respeito às instituições. Tá passando dos limites. Tá passando muito dos limites”.

As instituições parecem concordar com a governadora ao menos em um ponto: “tá passando muito dos limites”. O volume de denúncias e investigações envolvendo atuais e ex-integrantes do primeiro e segundo escalões do governo atingiu proporções extremamente graves. Na Assembléia, a base de apoio da governadora está silenciosa e apreensiva com o futuro próximo. Poucos sabem exatamente o que vem por aí.

Vinte e quatro horas depois de reclamar, mais uma vez, da “onda de falsas denúncias”, Yeda teve um choque de realidade durante conversa com o deputado federal do PSDB, Cláudio Diaz. O discurso da governadora não convence nem mais seus aliados mais próximos. Diaz afirmou que o governo está fragilizado e defendeu o afastamento imediato de secretários e assessores envolvidos em denúncias de corrupção e investigações diversas. Além disso, informou à governadora que a Executiva Nacional do PSDB está muito preocupada com os rumos do governo tucano no Estado e quer evitar danos graves à campanha presidencial de José Serra.

Em fevereiro deste ano, o governador paulista empenhou sua palavra na defesa de Yeda: “A governadora Yeda colocou o Rio Grande do Sul de pé”, disse Serra.

Hoje, nos círculos políticos mais informados do Estado, pouca gente duvida da informação sobre a delação premiada de Lair Ferst. E sabe das consequências disso. Está em curso, portanto, uma operação de redução de danos por parte dos partidos que compõem a base do governo. O PMDB, em especial, dá sinais que pretende acelerar o desembarque. A imensa maioria dos deputados da base aliada do governo está mais preocupada com a reeleição em 2010 do que com o futuro do governo Yeda. Até porque muitos acreditam que esse futuro é sombrio. Para agravar esse quadro, de Brasília vem informações preocupantes (para o governo) acerca da evolução das investigações sobre a morte de Marcelo Cavalcante. Há um clima de salve-se quem puder no ar.

Foto: Jefferson Bernardes/Palácio Piratini

Blog RS URGENTE