domingo, 5 de julho de 2009

ARTIGO: Salvem a Uergs

Vejam o que diz o professor Eliezer Pacheco sobre ao processo de desmonte da UERGS promovido pela (des)governadora:

Acredito que todos que trabalham com educação ficaram chocados com a matéria publicada por Zero Hora (O desmonte da universidade), no domingo, 29 de junho. Na quarta-feira, 1º de julho, nos deparamos com argumentos do reitor da Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (Uergs). Diante do exposto, vale destacar alguns pontos paar reflexão. A Uergs nasceu em 2001, embalada por uma concepção ousada e generosa: multicampi, sintonizada com os arranjos produtivos e culturais e comprometida com o progresso de nossa terra. Na era do conhecimento e da tecnologia viria fortalecer uma inteligência vinculada as nossas raízes e ao nosso futuro. Afinal éramos um dos raros estados brasileiros a não possuir uma universidade estadual, mesmo entre aqueles mais pobres.

O Paraná, por exemplo, possui cinco universidades estaduais distribuídas em vários campi. O paupérrimo Piauí possui a sua universidade estadual, e de boa qualidade. Por que um estado com a pujança do Rio Grande não conseguiria manter uma?

Depois de um período de crescimento a Uergs entrou, no período do atual governo do Estado, em um processo impiedoso e implacável de desmonte, que surpreende e choca até ao mais feroz inimigo dos serviços públicos. De forma silenciosa a Uergs foi sendo desconstruída, não dando chance a que se buscassem alternativas como, por exemplo, a sua incorporação pelo governo federal. Neste mesmo período a União estabeleceu quatorze novos campi universitários e quinze campi dos Institutos Federais em nosso Estado.

Surpreende-me que as forças progressistas, comprometidas com a ciência, a educação e a cultura não protestem ante este ataque a inteligência deste Estado. Se temos a pretensão de vermos o Rio Grande do Sul desenvolvendo-se econômica, social e culturalmente temos de investir em ensino, pesquisa e extensão. A Uergs foi a materialização dos sonhos de cidadãos e cidadãs sintonizados com o futuro. Qualquer política contrária a isto traz a marca do obscurantismo e do atraso e deve defrontar-se com a resistência de todas as pessoas que acreditam na educação e na ciência enquanto instrumentos do progresso, da liberdade e da justiça social.

Eliezer Pacheco - Secretário de Educação Profissional e Tecnológica do MEC


Do site da Dep. Maria do Rosário

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