quarta-feira, 9 de setembro de 2009

AVALIANDO A PESQUISA CNT/SENSUS NO SEMESTRE















................. MAR...... JUN .......SET ......VARIAÇÃO
Serra ......45.7......... 40.4 ...........39.5....... -6.0 p.p
Dilma ........16.3 .......23.5 ...........19.0...... +2,7 p.p

Primeiramente devemos dar às pesquisas apenas o valor de ser uma ferramenta a mais para efetuarmos possíveis correções de rumo de uma campanha.
A esquerda já sabe muito bem, muito mais ainda aqui no Rio Grande do Sul, onde a manipulação já chegou a tanto que o grupelho RBS teve que se desculpar em editorial, que muitos interesses "guiam" os resultados.
Do mesmo modo que recebo com restrições pesquisas positivas, faço o mesmo quando estas me são desfavoráveis.
As eleições que se avizinham terão muitos componentes duvidosos, e as pesquisas serão uma arma que a direita usará, como usa atualmente, muito bem.
Vale lembrar que alguns comentaristas estão pondo em dúvida as pesquisas do grupo Folha e do Ibope. Muitos fatos narrados em alguns blogs me levam a pensar o mesmo. Sugiro textos muito bons a respeito no http://www.cicadania.com/ e em http://www.paulohenriqueamorim.com.br/ .

Deste modo , fiz uma pequena análise macro da pesquisa CNT/Sensus, justamente porque é esta a mais criticada pela direita brasileira.
Como acontece em pesquisas médicas, quanto maior o intervalo de coleta e a quantidade de casos pesquisados, maior a probabilidade de chegarmos a verdade a cerca de um determinado postulado. Do mesmo modo, e de forma inversa, quanto maior a quantidade de variáveis pesquisadas, tanto maior a probabilidade de acertos.
Na política, as variáveis são , de certa forma, infinitas, mas alguns pontos podem ser pinçados para se minimizar os erros.
Ao analisarmos o semestre que inclui três diferentes pesquisas, notaremos alguns pontos de inflexão:
1. José Serra vem perdendo terreno, o que deveria ser preocupante para a Direita.
O candidato da mídia, tem dito um tratamento parcial incrível. Não há praticamente nenhuma crítica ao seu pífio governo em São Paulo. Desde a cratera no metrô, a invasão da USP com violência ditatorial com estudantes, o massacre de Heliópolis, as enchentes intermináveis na capital, a privatização da saúde pública, a entrega do ensino público estadual à iniciativa privada, nada disto sofre sequer um único questionamento, quanto mais reprovação. Com todo este apoio irrestrito, com toda a imprensa dioturnamente à apoiá-lo, Serra oscilou NEGATIVAMENTE 6 pontos percentuais. Existe uma tendência , leve é verdade de queda, mas o que mais salta aos olhos é a real tendência à estagnação ao redor de 40% dos votos. Obviamente que é uma marca muito boa, mas se olharmos o ambiente em que ela se forma, veremos que provelmente é o seu teto. Ninguém ganha com 40%. Embora não declarem publicamente, setores do PSDB já avaliam seriamente a candidatura Aécio Neves.
E porque o fazem? Basicamente porque a última pesquisa foi desanimadora. O caso Sarney, a controvérsia Lina-Dilma, as candidaturas Ciro Gomes e Marina Silva, afinal, todo este conjunto, deveria dar uma queda muito acentuada na candidatura Dilma Rousseff. Entretanto, não foi o que aconteceu.

2. Dilma Rousseff neste momento, encontra-se, por escolha tática, fora da mídia. Enfrentou o inventado caso Lina, viu a oposição tentar colar Sarney e seu desgaste em Lula, para que ressonasse na candidatura oficial. Assistiu até mesmo um hilário editorial do Estadão pedindo que não concorresse porque estava condenada à morte por câncer, e dioturnamente, ataques de todos os lados, até de "artistas" conhecidos , buscando desconstituí-la. Embora tudo isto, Dilma oscilou POSITIVAMENTE 2,7%.

3. Enquanto Serra mostra uma curva consistente de declínio, Dilma oscila, exatamente por refletir os diversos tipos de ataque que a Direita e o PIG desfecham.
O importante a observar é que, embora a candidatura governista sinta os golpes, até agora pelo menos, nenhum foi definitivo em colocá-la, tal qual se encontra Serra, em uma curva descendente.

4. Há menos de um ano para as eleições, a oposição não parece ter encontrado ainda, um verdadeiro flanco para consolidar uma tática que garanta a vitória. Neste contexto, surge o fenômeno pré-sal. No meu modo de ver, esta aí o verdadeiro ponto de inflexão dos rumos da viabilidade eleitoral definitiva de Dilma e a verdadeira chance de Serra vencer a eleição. O destino que for dado ao caso dará tintas praticamente definitivas à corrida eleitoral de 2010. O governo inicia uma campanha muito bem orquestrada para se colocar como defensor nacionalista das riquezas pátrias, fazendo lembrar à população que a Direita, de FHC, é entreguista. Estão postas, pois, as cartas. Se Lula e seus comandados conseguirem manter o pré-sal como desejam, e se a oposição não conseguir sair do brete de entreguista, conseguindo achar uma saída do debate que não lhe carimbe como traidora, então, dificilmente Lula não fará seu sucessor.
Logicamente que em política, alguns fatos de última hora, podem simplesmente virar de ponta-cabeça uma eleição. E dizem os mais experientes nesta arte, em política, seis meses são uma eternidade. Aguardemos.

Do Blog MiguelGrazziotinOnLine

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