sábado, 16 de outubro de 2010

Paulo Preto tinha 'poder' de arrecadar para o PSDB, diz revista

Uma semana após a revista "Veja" ter publicado uma capa em tons vermelhos com opiniões divergentes da candidata presidencial Dilma Rousseff (PT) sobre o aborto, a "IstoÉ" fez algo semelhante em sua edição deste fim de semana, mas desta vez com José Serra (PSDB).

Em tons azuis, a capa mostra as declarações divergentes que o presidenciável tucano fez sobre o engenheiro Paulo Vieira de Souza, o Paulo Preto, suspeito de desviar R$ 4 milhões que seriam usados na campanha eleitoral. Na parte superior, a afirmação de Serra negando conhecer Paulo Preto: "Não sei quem é Paulo Preto. Nunca ouvi falar". Na parte inferior, a declaração feita pelo

ex-governador paulista no dia seguinte, defendendo o engenheiro: "Evidente que eu sabia do trabalho de Paulo Souza, que é considerado uma pessoa muito competente".

A reportagem, assinada pelos jornalistas Sérgio Pardellas e Cláudio Dantas Siqueira, mostra como foi a atuação de Paulo Preto durante a época em que foi diretor do Dersa, órgão do governo de SP responsável pela gestão das rodovias do estado e trabalhou diretamente na construção do Rodoanel e da ampliação da Marginal Tietê. Pessoas ligadas à Executiva do PSDB confirmaram à revista que ele tinha "poder" para para arrecadar valores.

O texto levanta algumas questões não respondidas pelas lideranças do PSDB, como o porquê de Paulo Preto não ter sido afastado imediatamente quando as suspeitas de desvio de recursos começaram a surgir e de onde o dinheiro surgiu.

A "IstoÉ" republicou trechos da entrevista concedida pelo próprio Paulo Preto em agosto. Quando perguntado se conhecia José Serra, ele respondeu que falou com o ex-governador no "máximo umas cinco vezes".

"Eu não tenho nenhuma relação de amizade com ele, mas nós nos conhecemos". Além disso, o engnheiro expôs sua contrariedade em ter sido demitido da Dersa após a inauguração do Rodoanel.

"Até hoje não me informaram o motivo. Mas eu não queria sair. Sei que sou uma ameaça para os incompetentes, pois o que falta no Brasil é gestor com capacidade de realizar um empreendimento".


Publicado no SRDZ

Um comentário:

  1. O Brasil precisa urgentemente de uma reforma política. O financiamento privado de campanha tem de acabar. Financiamento apenas com a grana do fundo partidário e ponto final. Mas, infelizmente, os donos do poder, inclusive a nova classe, não têm interesse em modificar esse status quo, porque lucram -- e muito -- com isso.

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