"Matamos menos que nos anos 80″ (frase de Jorge Trelles, porta-voz informal de Keiko Fujimori, a candidata da direita nas eleições presidenciais do Peru, que acontecem no próximo domingo, dia 5 de junho. O macabro cinismo de Trelles explodiu no colo da frente de direita como uma soberba admissão dos massacres registrados no governo do pai de Keiko, Alberto Fujimori - condenado a 25 anos de prisão como autor intelectual de crimes contra a humanidade cometidos em 1990 e 1991 pela grupo Colina, uma espécie de OBAN peruana engajada na repressão ao movimento maoísta Sendero Luminoso. O comentário insolente de Trelles, ao sugerir que atrocidades ainda piores ocorreram antes, trouxe mais tensão ao último debate presidencial deste domingo na tevê peruana. O desempenho dos candidatos poderá decidir uma eleição que praticamente cindiu o país: Keiko e Humala estão vitualmente empatados, com uma ligeira vantagem para Keiko que vem sendo corroída de forma rápida pela erosão de apoiadores e o aumento da taxa de rejeição. Humala em contrapartida voltou a crescer na margem. O desfecho do pleito terá desdobramentos para a integração latino-americana: um Peru nas mãos da direita reforçará a frente conservadora encabeçada pelo México e pela Colômbia que pretende instaurar uma aliança comercial pró-EUA na região, afrontando o cinturão progressistas constituído de governos soberanos sob a âncora do Brasil).
Da Carta Maior
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