por Marcelo Semer
Se a imprensa muitas vezes se assume
como ombudsman do poder, as redes sociais estão se transformando cada
vez mais em ombudsmans da própria imprensa.
Na
semana que passou, um vídeo que já havia sido exibido pela TV
Bandeirantes ganhou status de viral. A repulsa nas redes sociais à
entrevista humilhante de um preso provocou manifestações formais do
Ministério Público Federal, da Defensoria Pública baiana e até uma
promessa da própria emissora em punir a jornalista. Como se a Band já
não tivesse visto –e, inclusive, apresentado- o programa anteriormente.
Os pecados da imprensa não passam mais incólumes diante do exigente olhar compartilhado de uma multidão de perfis na rede.
#Globofail, por exemplo, foi
“trending topic” no final de semana, quando internautas descobriram e
avisaram aos demais que a rede de televisão que anunciava freneticamente
a transmissão ao-vivo de uma luta de UFC, só ia mostrar mesmo o
vídeo-tape.
A frustração foi generalizada, mas a questão é saber: quantas vezes não fomos enganados anteriormente?
Já não é fácil se informar
escolhendo apenas um órgão de imprensa. Pegue-se, por exemplo, o assunto
que é a coqueluche do momento.
O leitor de Veja foi estimulado a
acreditar que Lula teria chantageado Gilmar Mendes, no caso Mensalão. O
espectador do Jornal Nacional ouviu o ministro do STF dizer que o
ex-presidente não havia “nem pedido diretamente” o adiamento do
processo. Enfim, o do Estadão soube logo que a única testemunha do
encontro, Nelson Jobim, negou o teor da conversa, numa versão que foi
simplesmente ignorada em outros veículos.
Em muitos casos, a verdade, ou a falta dela, depende basicamente de quem noticia.
Difícil mesmo é crer no discurso
insistente da grande mídia sobre a pouca confiabilidade da Internet,
quando é justamente a contraposição de versões que ela promove, que nos
ajuda a entender certas questões.
Se há um problema quando os órgãos
de imprensa divulgam versões diferentes sobre o mesmo fato, há outro
ainda maior quando expressam sempre a mesma opinião.
Com a elevada concentração da mídia e
os interesses muitas vezes coincidentes entre seus proprietários ou
patrocinadores, são as redes sociais que permitem uma recomposição do
pluralismo, quando a verdade única se mostra incontornável e opressiva,
quando não parcial e manipuladora.
As redes sociais são basicamente
instrumentos de contato, não propriamente produtores de informação. Mas a
amplitude desta conexão permite o acesso simultâneo a fatos de uma
forma muito mais ampla.
Na morte de Bin Laden, por exemplo, a
informação chegou ao Twitter antes mesmo de aportar nas agências de
notícias. E quem acompanhou on-line pôde receber instantaneamente
narrativas da CNN, da BBC e da Al Jazeera, sem ter que ficar trocando
alucinadamente de canal.
Mas há ainda uma outra circunstância
que se revela no vertiginoso crescimento das redes sociais. O usuário
delas não é apenas receptor da informação –é também seu emissor.
Nas redes, todo indivíduo é
potencialmente um meio de comunicação de massa. Ninguém sabe a dimensão
que alcança um tuite ou um link a partir de seu perfil. Muitas vezes
coisas aparentemente triviais são vistas e compartilhadas por milhões –e
não raro passam a pautar a própria imprensa.
Há campanhas, há exageros e há maledicências nas redes sociais.
Mas em que veículo de comunicação tais problemas não se encontram nos dias de hoje?
A efervescência das redes sociais
tem muito a ver com os movimentos de ocupação de espaços públicos que
indignados de várias partes do mundo usam para denunciar, entre outros,
os vícios da representação partidária.
Seja pela insuficiência dos canais
tradicionais ou pela retomada do ativismo político, em busca de um
desejo crescente de participação, há hoje muita gente querendo fazer
comunicação com as próprias mãos.
E o resultado tem sido para lá de interessante.
Via DoLaDoDeLá
Esse fato envolvendo Lula e Gilmar as pessoas que circulam pelas redes sociais devem ter constatado que a indignação em relação ao Lula foi bem maior do que com o Gilmar, tanto é assim que o trend tópic #lulamente foi um dos mais acessados no twitter a nível mundial e sem ajuda de robot.
ResponderExcluirO leitor desavisado que lê, porque pouco pensa, a Carta Maior, por exemplo ou os artigos do Emir Sader acha que as pessoas que frequentam as redes sociais apoiam Lula, mas a realidade não é bem essa.
Sobre a questão de fundo, é importante sempre indagar: quem ganhou ou ganharia com essa história envolvendo Lula e Gilmar? Só uma pessoa ganharia, no caso, Lula.
Infelizmente, Lula que deveria ficar gerenciando fundação de combate a fome, pela inclusão social e contra a pobreza, tarefas nobres se propõe a fazer trabalho sujo para seu amigo Zé Dirceu.
Maia, tu parece aquele samba de uma nota só, que fica repetindo sempre a mesma coisa, sem embasamento nenhum.
ResponderExcluirPois eu tenho uma informação pra ti: Agora é certo que Mendes tava mentindo, pois foi pego no detector de mentiras. Leia o último post que publiquei que está tudo lá. A casa de Gilmar Mendes caiu!!!