terça-feira, 10 de abril de 2012

Vamos reestatizar as vítimas da privataria tucana?


Se você tem conta em um banco privado e transfere sua conta para um banco estatal, junto com muitos outros brasileiros, o efeito é o mesmo que reestatizar aqueles bancos estaduais que foram privatizados.
A carteira de clientes e negócios daqueles bancos estaduais que foi vendida para um banco privado, voltará para um banco estatal.
Você pode fazer essa revolução silenciosa agora, com as próprias mãos, "sem dar um único tiro". Basta trocar sua conta de banco, privado para público.
Apesar de todas privatarias terem sido ruinosas para a nação, a pior privataria tucana não foi a da Vale, nem do setor elétrico, nem das teles. A pior de todas foi a dos bancos estaduais que, se era para desmantelá-los, deveriam ser incorporados aos bancos públicos sólidos (CEF, BB, BNB, BASA).
Quando o governo tucano privatizou o BANESPA, o BEMGE, o MERIDIONAL, o BANERJ, o BANESTADO, o BANEB, o BANDEPE, etc. privatizou-se a própria moeda. Isso porque na economia moderna, é o conjunto dos bancos que "criam" o dinheiro.
Quando os depósitos, as poupanças e os créditos sob controle estatal foram para os bancos privados, eles ficaram com a faca e queijo na mão para fazer a maior parte da política monetária. O próprio Banco Central virou um leão sem dentes, comendo na mão do chamado mercado.
Além do país quebrado, esse foi um dos maiores fardos que Lula recebeu em 2003. Foi preciso reerguer o BB, a CEF e o BNB, para retomar o papel de protagonista que estes bancos públicos tiveram para reduzir a crise de 2008 a uma "marolinha". E foi preciso regulamentar a portabilidade de contas e financiamentos bancários para dar poder de escolha do correntista diante do poder dos bancos.
Agora a presidenta Dilma volta à carga com o próximo passo, e usa a CEF (cujo controle é 100% estatal) para fazer uma grande derrubada na taxa de juros. Com isso, o Banco do Brasil (que é estatal, mas tem outros acionistas minoritários), acompanha para não perder mercado. O cartel dos bancos privados procuram resistir, apostando no comodismo do cliente que resiste em levantar do sofá e mudar de banco.
A estratégia dos privados é empanturrar a TV, jornais e revistas com propagandas fantasiosas em massa para não mudarem de banco, e só baixar juros para o cliente que der um ultimato avisando que vai mudar de banco.
Além disso, anúncios em massa fazem a alegria dos barões da mídia que, interesseiros, direcionam os noticiários e escalam os "especialistas" para dar opiniões, do jeito que os bancos privados gostam, contra a queda dos juros, atacando os bancos públicos.
Quem tem dívidas bancárias já tem um bom motivo pessoal para mudar de banco. Afinal quem não gosta de trocar um financiamento por outro com prestação mais barata? Mas mesmo quem não tem dívidas, há a motivação política para reestatizar pelo menos uma parte do setor bancário.
Talvez estejamos entrando na maior reforma econômica dos últimos anos, capaz de fazer outra revolução silenciosa, como a que aconteceu no governo Lula com a distribuição de renda fazendo milhões de brasileiros entrarem na classe média e proporcionando um surpreendente crescimento do mercado interno.
Se o mercado bancário for mais estatal do que privado, impondo juros civilizados com lucros menos exorbitantes, o dinheiro, através do crédito, fica mais acessível a todos os brasileiros, produzindo outro ciclo virtuoso para continuar dinamizando a economia e gerar cada vez mais e melhores empregos.
Para algumas pessoas pode ser chato trocar de banco, mas se ficar acomodado, pior é continuar vivendo num país sob a ditadura dos bancos privados.
Com toda a conjuntura desfavorável (pois a composição dos poderes no Brasil são majoritariamente de forças capitalistas conservadoras), Lula fez e Dilma está fazendo a sua parte. Cabe a cada um de nós também fazermos a nossa e reestatizarmos os bancos estaduais, com a simples mudança de conta. Do contrário, não adianta ter passado 8 anos gritando "Fora Meirelles".
(Os Amigos do Presidente Lula)

PS deste Blogueiro: Por isto que tenho conta em um banco estatal, o Banrisul (um dos únicos bancos estaduais que não foram privatizados porque Olívio Dutra venceu as eleições em 1998 e impediu a catástrofe).

6 comentários:

  1. Isso pode ser resolvido de maneira mais simples, como em parte, aliás, está a se fazer. Basta que os bancos públicos ofereçam taxas e juros menores, e compatibilizem isso com um melhor atendimento, para que os bancos privados percam clientes, mínguem e, no final das contas, desapareçam. Não há, porém, tradição de bons serviços públicos pelos bancos estatais, como não há em quase nenhum serviço público, um mal que não tem a ver com as razões thatcheristas, mas sim com o desenvolvimento específico do Estado brasileiro, regido por uma classe dominante não esclarecida e incapaz, cujos únicos interesses são particulares, levando assim o serviço público a prestar os melhores serviços somente às entidades dirigentes, que fornecem boa parte dos quadros dos escalões superiores no serviço público; numa palavra: utiliza-se o público para fins privados, e o cidadão fica à mercê da má vontade daqueles que não o querem fazendo parte do que para eles é um esquema, mas para o cidadão devia ser uma nação, cuja Constituição reza pela igualdade de todos que vivem no território do país, mas cujos princípios não são aplicados por rígido interesse de poder das classes dirigentes.

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  2. No governo Lula dois bancos estatais foram privatizados: Maranhão e Ceará, além de estradas federais e usinas. Lula está certo, o estado moderno tem que ser fiscalizador e regulador e atividade econômica deve ser exercida pela iniciativa privada. Essa não é uma regra absoluta e geral. Banco público é fundamental, sobretudo num país que necessita de inclusão social como o Brasil, mas basta CEF e BB. Estado federado não tem que ter banco público. O Banrisul, infelizmente, deveria ter sido desestatizado. Torço para que isso ocorra logo, logo.

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  3. O Banrisul, Maia (e isto é uma coisa que você e os demais que fazem parte da elite apeada do poder no RS, jamais vão engolir) felizmente não foi e quiçá jamais será privatizado. Agora mesmo, seguindo a tendência dos bancos federais, também baixou os juros. Isto acontece porque, enquanto população, temos algum controle sobre os mesmos. Já os bancos particulares seguirão com seus juros escorchantes, enquanto a "mão invisível do mercado" não agir. Esperamos que "mão invisível do mercado" seja agora a concorrência mais do que saudável dos bancos estatais.

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  4. Gelso, não tem saída, o Banrisul vai deixar de ser banco estatal nos próximos anos. Ele simplesmente não se sustenta. É questão de tempo.

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  5. O Banrisul não precisa ser privatizado, o controle pode passar ou para o BB ou para a CEF.

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  6. E mais, sabe quem salvou o Banrisul da bancarrota? O governo FHC que fez, em relação aos bancos públicos, um vergonhoso Proer. Mas isso vocês não se lembram. As dívidas contraídas pela politicagem foram roladas, de forma escandalosa.

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