"É embaraçoso para a Síria, mas
também para os seus oponentes", diz Julian Assange sobre esta divulgação
de emails. São oito vezes mais que os divulgados na operação
"Cablegate". A primeira revelação é a do envolvimento do gigante
italiano da indústria militar no fornecimento de tecnologia usada na
repressão, apesar do embargo.
Os emails dizem respeito ao período
entre agosto de 2006 e março de 2012 e pertencem a 680 entidades e
domínios na internet, incluindo os Ministérios da Presidência, Negócios
Estrangeiros, Finanças, Informação, Transportes e Cultura. Tal como
habitualmente, para além do site da Wikileaks, os emails foram entregues
em exclusivo para tratamento noticioso a sete órgãos de imprensa: Al
Akhbar (Líbano), Al Masry Al Youm (Egito), ARD (Alemanha), Associated
Press (EUA), L’Espresso (Itália), Owni (França) e Publico.es (Espanha).
"Isto ajuda-nos a não nos ficarmos
pelas críticas a um ou outro grupo, e compreendermos os seus interesses,
ações e pensamentos. Só com a compreensão deste conflito é que podemos
esperar resolvê-lo", disse Julian Assange na mensagem enviada ao
lançamento da operação "Syria Files".
O comunicado da Wikileaks promete
informação que vai da "correspondência pessoal de figuras do alto
escalão do partido Baath até registos de transferências financeiras de
ministérios da Síria a outros países". Ao todo são 2.434.899 emails
enviados por 678.752 remetentes para 1.082.447 destinatários diferentes.
400 mil emails estão escritos em árabe e 68 mil em russo.
Segundo o site Publico.es, que tem o
exclusivo dos emails em língua castelhana, uma filial da empresa de
armas italiana Finmeccanica assinou em 2008 um contrato com a Syrian
Wireless Organisation para instalar o sistema TETRA (Terrestrial Trunked
Radio), com a venda de material de comunicações rádio para esquadras,
motas, navios e helicópteros. Os negócios com material usado pela
polícia e exército prosseguiram durante os últimos anos, já com o país
mergulhado em protestos, violência e repressão.
Os emails demonstram ainda que a
Finmeccanica não deu mostras de querer recuar no negócio quando a crise
síria se agudizou e passou mesmo a colaborar com empresas que hoje são
vetadas pelo embargo europeu, como a Syrian Petroleum Company (SPC). O
Publico.es diz ainda que a SPC entrega metade dos seus lucros à família
Assad e foi uma das grandes fornecedoras da petrolífera italiana GALP.
Fonte: Esquerda.Net
Via Aldeia Gaulesa
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