segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

O rancor da direita e o colunismo “B” de ZH

Paulo Muzell

Há uns dois meses – na reta final da campanha eleitoral – escrevi neste mesmo espaço um comentário sobre a parcialidade e o mau caratismo do PIG – Partido da Imprensa Golpista -, com destaque especial para a revista Veja, aqui nos pagos reforçada e apoiada pela mídia local, especialmente a ZH. Eles apontaram com toda força suas baterias contra Lula e Dilma. Desesperados ante a derrota eleitoral iminente e a possibilidade de não apenas quatro, mas muito provavelmente de mais oito ou até doze anos de continuidade do PT na presidência, tentaram tudo. Calúnias, dossiês falsos, supostas irregularidades fiscais, não faltou nada. Até uma metáfora de péssimo gosto foi tentada: Veja colocou na sua capa o escudo da República enroscado, ameaçado pelos tentáculos de uma perigosa lula! A democracia sob ameaça!

Pois na paz deste fim de semana natalino, quando ainda ecoam ao longe os ecos dos sinos de Belém, lemos e ouvimos os comentários do PIG sobre os últimos dias e atos da despedida do presidente Lula. Em tempos de conciliação, e apesar de se tratar do presidente mais bem sucedido, popular e querido que este país já teve, em plena despedida, os caras não se controlam. Afinal PIG é PIG, eles trabalham em tempo integral. Não têm o menor pudor de, mais uma vez, mostrar seu ressentimento, sua parcialidade, seu descompromisso com a verdade, seu rancor. É só ligar a tevê (GloboNews, por exemplo), abrir a “Falha de S. Paulo” ou folhear a ZH.

“Ele não é um estadista”, afirma um colunista dominical de ZH, habitué, espécie de editorialista B do jornal, na edição do dia 25. Nele (Lula), “a atração que exerce surge da facilidade com que diz coisas estapafúrdias como se fosse ciência ou verdade.” O colunista, que se intitula jornalista e escritor, compara Lula ao general Figueiredo: os dois se assemelhariam pela dificuldade de controlar o linguajar! Ao fazer essa esdrúxula comparação o colunista confunde “alhos com bugalhos”: ele leu, viu, ouviu, mas não entendeu nada!

Na economia – afirma ele – “o mito Lula não se sustenta em fatos, é repetição de versão triunfalista e de truques numéricos.” Citando sua “guru em economia”, a jornalista Miriam Leitão (ruim, heim?!), apresenta alguns números e dados supostamente negativos do governo Lula. Baixo crescimento do PIB em 2009 – reflexo da crise americana -, desmatamento da Amazônia, que embora reduzido no governo Lula ainda é elevado. E diz que Lula transferiu 30 bilhões/ano para os pobres (bolsa família) e dez vezes mais – 300 bilhões/ano, para ricos via pagamento dos juros da dívida pública. Ele esqueceu de dizer que a dívida pública que originou os elevado pagamento dos juros se multiplicou nos oito anos de FHC, quando tivemos uma taxa SELIC que beirou os 30% ao ano. (hoje ela é de 10,75%!) E arremata criticando os elevadíssimos gastos de propaganda do governo federal, que teriam superado um bilhão de reais em 2010.

Vovó me dizia que pior que uma mentira deslavada é uma meia verdade. Pois vamos responder as meias verdades do editorialista B de ZH. Primeiro: gastar pouco mais de um bilhão por ano em publicidade num orçamento de 900 bilhões, corresponde a 0,12% da despesa total União. Pois saibam que o (des)governo Yeda, que nesses últimos quatro anos administrou um estado falido, só em 2009 gastou mais de 200 milhões em publicidade num orçamento de apenas 18,3 bilhões de receita líquida, correspondendo a 1,1% do orçamento. Vale dizer que, proporcionalmente, Yeda gastou quase dez vezes mais em propaganda do que Lula!

Contrariamente ao que afirmaram o colunista e Miriam Leitão, justamente o forte do governo Lula – além do carisma e da simplicidade de um presidente que sempre se identificou com seu povo -, é justamente a economia. Nos oito anos de seu governo foram criados de 11 milhões de empregos no país (contra menos de 800 mil no igual período de FHC); o salário mínimo subiu de setenta e oito dólares para os atuais 300 dólares, praticamente quadruplicou. As taxas de juros para empréstimos populares consignados se reduziram em dois terços; o volume de crédito familiar subiu de 14% (final do governo FHC), para os atuais 34% do PIB. Além disso, através do PAC foram investidos 500 bilhões de reais, especialmente em infraestrutura. Foram criadas dez novas Universidades Federais e construídas mais de 200 escolas técnicas profissionalizantes. O risco Brasil baixou sensivelmente (de 2.700 pontos com FHC, para 200 com Lula) e foi paga a dívida junto ao FMI, órgão do qual o Brasil é atualmente credor. O dólar caiu de 3,00 para os atuais 1,70 reais. A indústria naval brasileira está sendo reconstruída, a maioria das estradas rodoviárias foram e estão sendo recuperadas. Há, também, vultosos investimentos realizados e programados no sistema ferroviário.

Apesar das aves de mau agouro do PIG, dos editorialistas B, C e D de ZH e de outros pasquins por este Brasil afora, o governo Lula criou bases que tornam possível construir um novo país. Que em 2011 prosseguirá sua a trajetória vitoriosa sob a firme liderança de Dilma Rousseff.


Via RS Urgente

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