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segunda-feira, 5 de julho de 2010

Leonardo já estaria acertado com a CBF


Não vai dar certo

Ao contrário dos comentaristas sabichões que dizem que "já sabiam" depois do jogo jogado, eu vou dar meu pitaco agora sobre o provável novo técnico da seleção, segundo a ESPN.
Leonardo é um mauricinho que pouco sabe de futebol. Sua passagem pelo Milan, seu primeiro trabalho como técnico, foi um rotundo fracasso.
Ricardo Teixeira, presidente eterno da CPF, o escolheu por causa de sua docilidade. Jamais Leonardo vai desobedecer uma ordem do chefe. Talvez este tenha sido o maior pecado de Dunga. Contrariou interesses poderosos e como tal se tornou um indivíduo perigoso para o projeto de poder perpétuo dos dirigentes da federação.
É com tristeza que mais uma vez voltamos ao passado no futebol brasileiro. Voltaremos ao futebol "faceiro" que desde 1970 não leva mais ninguém a lugar nenhum. Novamente quem dará as cartas será a Globo e sua fábrica de vaidades futebolísticas. Novamente não teremos uma concentração de jogadores, mas sim bagunças que varam a noite.
É uma pena, pois perdemos a chance de avançar muito com Felipão ou Mano. Mas estes não correspondem ao "perfil" de Ricardo Teixeira.

sábado, 3 de julho de 2010

"Viúvas do talento" pregam o fim da "Era Dunga"


Como já era de se esperar, só agora aparecem os oportunistas de plantão (a maioria antes estava quietinha) para dizer o óbvio ululante "eu já sabia" de sempre.
Nunca fui um admirador total do Dunga (sei que ele é um baita de um reaça e isso Felipão também era), mas não se pode negar que ele deu um espírito coletivo de que a seleção de 2006 sequer passava perto. Para refrescar a memória coloquei a foto acima (clique nela para ampliar) estampando a total falta de comprometimento do "quarteto mágico" de Parreira.
Ninguém mais do que eu (que tinha apenas 13 anos) chorou a derrota de 82 na Espanha. Só que depois cresci fui entender as causas da derrota: O futebol "faceiro" que empilha atacantes nunca chega muito longe. Parreira já parecia ter aprendido isto em 94, quando ganhou a copa com uma equipe equilibrada, mas preferiu esquecer a lição (por influência da Globo e sua trupe?) em 2006. Deu no que deu.
Agora aparece a mesma turma de sempre, para oportunisticamente falar em "Era Dunga". Pelo argumento "sublime" destes entusiastas a Argentina de Maradona deveria ser campeã. E o que se viu? Chocolate da Alemanha.
Acho que Dunga nem deve ficar. A crítica da imprensa em cima dele agora vai ser simplesmente insuportável. Mas deve ser efetivado em seu lugar um técnico que prossiga com a mesma filosofia (Mano Menezes, Felipão seriam ideais). Voltar ao passado com o futebol "oba,oba" seria um retrocesso. A foto acima que o diga.

Para completar publico a excelente crônica de Juremir Machado da Silva:

Carta a Dunga

Caro Dunga

Minha solidariedade, Dunga. Tu foste genial. Eu me tornei definitivamente teu fã. A eliminação contra a Holanda não abalará em coisa alguma a minha admiração. Tu és ingênuo, Dunga. Quiseste ganhar com base na seriedade, na lealdade e no caráter. Tiveste a coragem de dizer sempre a verdade e de enfrentar os mais poderosos. Cometeste erros, Dunga, mas isso é normal. Só os cretinos imaginam fazer tudo certo. Deixaste de fora alguns meninos talentosos, Dunga, e o velho Ronaldinho Gaúcho. Tiveste boas razões para isso. Tu havias ganhado tudo com o grupo que levaste a Copa. Desejavas valorizar os teus comandados e vencer ou perder com eles. És um capitão de navio à moda antiga. Aceitaste afundar com teu navio. Tua vitória teria sido uma revolução nos costumes. Que pena!
É verdade que não apostaste na beleza. Outros, no entanto, ganharam sem beleza alguma e tampouco sem tua valentia e tua nobreza rude. A derrota foi o resultado de alguns erros que podem acontecer com qualquer um: um gol contra de Felipe Melo, uma agressão boba de Felipe Melo, que determinou sua expulsão, e a perda do controle emocional pelo time todo. O mesmo Felipe Melo, entretanto, deu o lindo passe do gol do Robinho. Estiveste a um passo da glória, Dunga. Agora, voltaste, apesar dos triunfos anteriores, a ser um desgraçado, um maldito, um desprezado. Conheço isso, Dunga. Por mais que tu venças, serás sempre um perdedor. É tua sina. Os donos do mundo não suportam a tua franqueza, que chamam de arrogância. Detestam tua simplicidade, que rotulam de grossura. Odeiam tua transparência, que os impede de conceder privilégios e de fazer negociatas na tua cara.
Foste um exemplo, Dunga. O mundo, porém, não está preparado para a tua vitória. Espero que esteja para a de Maradona, técnico antagônico e completar a ti, mas não acredito. Tomara que eu me engane. Foste bravo, Dunga, impávido, colosso. Não mandaste Felipe Melo pisar no adversário. Buscaste o equilíbrio. Apostaste no talento de Kaká e Robinho. Sonhaste com a beleza. Ela não sorriu para ti. A mídia te condenou por não teres feito o jogo dela. Viste o jogo como um jogo e tudo fizeste para alcançar os teus objetivos. Não compreendeste que o jogo é também um teatro no qual alguns devem sempre figurar nos camarotes. Até o teu sotaque incomodou, Dunga, neste país onde os que debocham do teu sotaque têm sotaques tão ou mais caricaturais. Tiveste personalidade, Dunga. Isso é imperdoável. Há muita gente feliz agora. Teus inimigos podem sorrir triunfantes e sentenciar: “Eu não disse...”
Nós, os ruins, os ressentidos, os malditos, os perdedores, apesar de todas as nossas vitórias, estamos contigo Dunga. Somos os teus representantes por toda parte. Tinhas razão, Dunga: boa parte da mídia estava dividida, torcendo pelo Brasil e, ao mesmo tempo, te secando. Para vencer neste mundo, Dunga, é preciso aprender a ser hipócrita. Tu nunca conseguirás. Tuas vitórias serão sempre laboriosas. Tuas derrotas te marcarão mais. Tu, ao contrário de outros, não te escondes jamais. Aceita, caro Dunga, meus cumprimentos.

sexta-feira, 25 de junho de 2010

A nova Era Dunga: o fim do besteirol esportivo

Por Leandro Fortes

Foi na Copa do Mundo de 1986, no México, com Fernando Vanucci, então apresentador da TV Globo, que a cobertura esportiva brasileira abandonou qualquer traço de jornalismo para se transformar num evento circense, onde a palhaçada, o clichê e o trocadilho infame substituíram a informação, ou pelo menos a tornaram um elemento periférico. Vanucci, simpático e bonachão, criou um mote (“alô você!”) para tornar leve e informal a comunicação nos programas esportivos da Globo, mas acabou por contaminar, involuntariamente, todas as gerações seguintes de jornalistas com a falsa percepção de que a reportagem esportiva é, basicamente, um encadeamento de gracinhas televisivas a serem adaptadas às demais linguagens jornalísticas, a partir do pressuposto de que o consumidor de informações de esporte é, basicamente, um retardado mental. Por diversas razões, Vanucci deixou a Globo, mas a Globo nunca mais abandonou o estilo unidunitê-salamê-minguê nas suas coberturas esportivas, povoadas por sorridentes repórteres de camisa pólo colorida. Aliás, para ser justo, não só a Globo. Todas as demais emissoras adotaram o mesmo estilo, com igual ou menor competência, dali para frente.

Passados quase 25 anos, o estilo burlesco de se cobrir esporte no Brasil passou a ser uma regra, quando não uma doutrina, apoiado na tese de que, ao contrário das demais áreas de interesse humano, esporte é apenas uma brincadeira, no fim das contas. Pode ser, quando se fala de handebol, tênis de mesa e salto ornamental, mas não de futebol. O futebol, dentro e fora do país, mobiliza imensos contingentes populacionais e está baseado num fluxo de negócios que envolve, no todo, bilhões de reais. Ao lado de seu caráter lúdico, caminha uma identidade cultural que, no nosso caso, confunde-se com a própria identidade nacional, a ponto de somente ele, o futebol, em tempos de copa, conseguir agregar à sociedade brasileira um genuíno caráter patriótico. Basta ver os carros cobertos de bandeiras no capô e de bandeirolas nas janelas. É o momento em que mesmos os ricos, sempre tão envergonhados dos maus modos da brasilidade, passam a ostentar em seus carrões importados e caminhonetes motor 10.0 esse orgulho verde-e-amarelo de ocasião. Não é pouca coisa, portanto.

Na Copa de 2006, na Alemanha, essa encenação jornalística chegou ao ápice em torno da idolatria forçada em torno da seleção brasileira penta campeã do mundo, então comandada pelo gentil Carlos Alberto Parreira. Naquela copa, a dominação da TV Globo sobre o evento e o time chegou ao paroxismo. A área de concentração da seleção tornou-se uma espécie de playground particular dos serelepes repórteres globais, lá comandados pela esfuziante Fátima Bernardes, a produzir pequenos reality shows de dentro do ônibus do escrete canarinho. Na época, os repórteres da Globo eram obrigados a entrar ao vivo com um sorriso hiperplastificado no rosto, com o qual ficavam paralisados na tela, como em uma overdose de botox, durante aqueles segundos infindáveis de atraso de sinal que separam as transmissões intercontinentais. Quatro anos antes, Fátima Bernardes havia conquistado espaço semelhante na bem sucedida seleção de Felipão. Sob os olhos fraternais do presidente da CBF, Ricardo Teixeira, foi eleita a musa dos jogadores, na Copa de 2002, no Japão. Dentro do ônibus da seleção. Alguém se lembra disso? Eu e a Globo lembramos, está aqui.

O estilo grosseiro e inflexível de Dunga desmoronou esse mundo colorido da Globo movido por reportagens engraçadinhas e bajulações explícitas confeitadas por patriotadas sincronizadas nos noticiários da emissora. Sem acesso direto, exclusivo e permanente aos jogadores e aos vestiários, a tropa de jornalistas enviada à África do Sul se viu obrigada a buscar informações de bastidores, a cavar fontes e fazer gelados plantões de espera com os demais colegas de outros veículos. Enfim, a fazer jornalismo. E isso, como se sabe, dá um trabalho danado. Esse estado de coisas, ao invés de se tornar um aprendizado, gerou uma reação rançosa e desproporcional, bem ao estilo dos meninos mimados que só jogam porque são donos da bola. Assim, o sorriso plástico dos repórteres e apresentadores se transformou em carranca e, as gracinhas, em um patético editorial.

Dunga será demitido da seleção, vença ou perca o mundial. Os interesses comerciais da TV Globo e da CBF estão, é claro, muito acima de sua rabugice fronteiriça e de sua saudável disposição de não se submeter à vontade de jornalistas acostumados a abrir caminho com um crachá na mão. Mas poderá nos deixar de herança o fim de uma era medíocre da crônica esportiva, agora defrontada com um fenômeno com o qual ela pensava não mais ter que se debater: o jornalismo.

terça-feira, 22 de junho de 2010

Pronto! Comecei a torcer por Dunga e sou quase seu fã.

Via blog do Jean Scharlau


"Segunda-feira, véspera do jogo de estréia da seleção brasileira contra a Coréia do Norte, por volta de 11 horas da manhã, hora local na África do Sul.
Eis que de repente, aportam na entrada da concentração do Brasil, dona Fátima Bernardes, toda-poderosa Primeira Dama do jornalismo televisivo, acompanhada do repórter Tino Marcos e mais uma equipe completa de filmagem, iluminação etc.
Indagada pelo chefe de segurança do que se tratava, a dominadora esposa do chefão William Bonner sentenciou :
“ Estamos aqui para fazer uma REPORTAGEM EXCLUSIVA para a TV Globo, com o treinador e alguns jogadores…”
Comunicado do fato, o técnico Dunga, PESSOALMENTE dirigiu-se ao portão e após ouvir da sra. Fátima o mesmo blá-blá-blá, foi incisivo, curto e grosso, como convém a uma pessoa da sua formação.
“ Me desculpe, minha senhora, mas aqui não tem essa de “REPORTAGEM EXCLUSIVA” para a rede Globo. Ou a gente fala pra todas as emissoras de TV ou não fala pra nenhuma…”
Brilhante !!! Pela vez primeira em mais de 40 anos, um brasileiro peitava publicamente a Vênus Platinada !!!
“ Mas… prosseguiu dona Fátima – esse acordo foi feito ontem entre o Renato ( Maurício Prado, chefe de redação de Esportes de O Globo ) e o Presidente Ricardo Teixeira. Tenho autorização para realizar a matéria”.
“ Não tem autorização nem meia autorização, aqui nesse espaço eu é que resolvo o que é melhor para a minha equipe. E com licença que eu tenho mais o que fazer. E pode mandar dizer pro Ricardo ( Teixeira ) que se ele quer insistir com isso, eu entrego o cargo agora mesmo!”
O treinador então virou as costas para a supra sumo do pedantismo e saiu sem ao menos se despedir.
Dunga pode até perder a Copa , seu time pode até tomar uma goleada, mas sua atitude passa à história como um exemplo de coragem e independência.
Dunga, simplesmente, mijou na Vênus Platinada ! Uma estátua para ele !!!"
Jim Ignácio Muller, via Hélio Fernandes na Tribuna da Imprensa.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Ué, “alto nível” é só para os outros?

Não sou fã do Dunga, mas reconheço nele personalidade e, sem ela, não se vai longe em profissão alguma. Também não acho que o nosso futebol na Copa, até agora, tenha enchido os olhos do mundo e dos brasileiros, mas igualmente acho que, nesta manada de zebras que está passando na primeira fase do Mundial, os resultados do Brasil não estão nada maus até agora. Aliás, todos os times da América do Sul estão muito bem até o momento.

Por isso, como dizia aquela comediante, “num tô intendendendo” porque a Globo está fazendo um cavalo de batalha com o “pega” que Dunga teve com um repórter esportivo na coletiva após o jogo. O fato de ele ter balbuciado umas palavras menos diplomáticas, fora do microfone, embora não seja das melhores atitudes, é “pinto” perto do que a emissora, deliberadamente, coloca no ar em suas novelas e no tal “Big Brother”. Ué, lá pode e de cabeça quente, depois de um jogo que, no final, virou uma batalha campal, é algo tão grave?

Discussão e “implicância” entre técnico e jornalista esportivo é algo tão antigo que deve ter começado na primeira semana depois da invenção do futebol. Eu assisti a entrevista coletiva e, olha, só prestando muita atenção dá para ouvir o que Dunga balbuciou (“merda” e “cagão”), fora do microfone, numa rusga evidentemente pessoal com o repórter Alex Escobar. Poderia ter evitado, mas eu já vi coisa dez mil vezes piores no futebol e não aconteceu nada demais. Como já vi jornalista esportivo chamar técnico de burro y otras cositas más.

O que está acontecendo para a Globo transformar isso em matéria editorializada, dando lições de moral? Não vi nada que desrespeitasse “a imprensa”, mas uma rusga pessoal com um repórter. A reação da Globo foi desproporcional e tudo o que está conseguindo com ela é despertar apoio a Dunga.

O video que posto aí em cima é da matéria do Fantástico e o mesmo texto foi lido por diversos apresentadores ali e na Globonews. Os comentários, quase invariavelmente, são de apoio ao treinador.

Vamos na calma, não é? Não houve nenhuma cena que justificasse isso. Ninguém partiu para cima de ninguém, ninguém saiu berrando palavrões…Como dizemos aqui no Rio: menos, menos…

Até porque, em matéria de vocabulário, na programação da Globo, os xingamentos de Dunga parecem coisa de colégio de freiras.