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segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Nasce o argumento Verde, o novíssimo discurso da velha direita

Marina Silva em Wall Street

"Wall Street" é, entre outras coisas, o nome do novo filme do cineasta norte-americano Oliver Stone. Ele conta a história da crise financeira de 2008 tendo como personagem central um jovem especulador financeiro que parece ter algo semelhante ao que um dia se chamou pudor.

Sua grande preocupação é capitalizar uma empresa, que visa produzir energia ecologicamente limpa, dirigida por um professor de cabelos brancos e ar sábio. O jovem especulador é, muitas vezes, visto pelos seus pares como idealista. No entanto, ele sabe melhor que ninguém que, depois do estouro da bolha financeira, os mercados irão em direção à bolha verde. Mais do que idealista, ele sabe, antes dos outros, para onde o dinheiro corre. Enfim, seu pudor não precisa entrar em contradição com sua ganância.

Neste sentido, "Wall Street" foi feliz em descrever esta nova rearticulação entre agenda ecológica e mundo financeiro. Ela talvez nos explique um fenômeno político mundial que apareceu com toda força no Brasil: a transformação dos partidos verdes em novos partidos de centro e o abandono de suas antigas pautas de esquerda.

A tendência já tinha sido ditada na Europa. Hoje, o partido verde alemão prefere aliar-se aos conservadores da CDU (União Democrata-Cristã) do que fazer triangulações de esquerda com os sociais-democratas (SPD) e a esquerda (Die Linke). Quando estiveram no governo de Schroeder, eles abandonaram de bom grado a bandeira pacifista a fim de mandar tropas para o Afeganistão. Com o mesmo bom grado, eles ajudaram a desmontar o Estado do bem-estar social com leis de flexibilização do trabalho (como o pacote chamado de Hartz IV). Daniel Cohn-Bendit, um dos líderes do partido verde francês, fez de tudo para viabilizar uma aliança com os centristas do Modem. Algo que soaria melhor para seus novos eleitores que frequentam as praças financeiras mundiais.

No Brasil, vimos a candidatura de Marina Silva impor-se como terceira via na política. Ela foi capaz de pegar um partido composto por personalidades do calibre de Zequinha Sarney e fazer acreditar que, com eles, um novo modo de fazer política está em vias de aparecer. Cobrando os outros candidatos por não ter um programa, ela conseguiu esconder que, de todos, seu programa era o economicamente mais liberal. O que não devia nos surpreender. Afinal, os verdes conservaram o que talvez havia de pior em maio de 68: um antiestatismo muitas vezes simplista enunciado em nome da crença na espontaneidade da sociedade civil.

Não é de se estranhar que este libertarianismo encontre, 40 anos depois, o liberalismo puro e duro. De fato, a ocupação do centro pelos verdes tem tudo para ficar. Ela vem a calhar para um eleitorado que um dia votou na esquerda, mas que gostaria de um discurso mais "moderno". Um discurso menos centrado em conflitos de classe, problemas de redistribuição, precarização do trabalho e mais centrado em "nova aliança", "visão integrada" e outros termos que parecem saídos de um manual de administrador de empresas zen. Alguns anos serão necessários para que a nova aliança se mostre como mais uma bolha.

Artigo de Vladimir Safatle, professor no departamento de filosofia da USP. Publicado hoje na Folha.


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Hoje cedo, a jornalista global, Miriam Leitão, disse o seguinte sobre Marina Silva:

- Ela está fazendo um discurso de estadista!

Sem comentário.


Do Diário Gauche

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Míriam manipula informação, mente, erra todas as previsões, se desespera e parte para o ataque direto contra o governo federal!

Ainda bem que venho documentando o que essa senhora escreve, diariamente, nos seis meses de existência deste blog.

Se você clicar aqui lerá toda a fundamentação para as afirmações e juízos enunciados no título deste post.

O mais recente post em seu blog, com o título "Governo esconde números para enganar melhor", é a mostra do desespero de uma pessoa que apostou todas as fichas no pior, manipulou informações o quanto pode - com todo o espaço e audiência que tem na TV Globo, Globo News, Rádio CBN, jornal O Globo e no site G1 -, errou todas as análises e previsões e agora não tem como explicar tudo isso para os seus leitores, ouvintes e telespectadores.

Mudou de assunto, para tentar disfarçar o seu embaraço, e agora, desesperada, vai com tudo para cima do governo Lula no tema Mudanças Climáticas. Assunto que ela sempre menosprezou ao elogiar repetidas vezes as taxas de crescimento do PIB da Índia, da China e da Rússia, com o intuito de desqualificar as taxas de crescimento da economia brasileira, que tem um padrão de desenvolvimento muitas vezes mais sustentado do que o dos países desenvolvidos e os demais do BRIC.

Como é que está preocupada com as mudanças climáticas se sabe que os patamares de crescimento do PIB desses países somente foi possível às custas de muita poluição? Ou ela esqueceu que nas Olimpíadas de Pequim tiveram que paralisar todas as atividades industriais para garantir um mínimo de condições atmosféricas para o evento? (na foto, a poluição diária em Pequim, tão elogiada pela Míriam).

Leiam a que ponto chegou o desespero da manipuladora-mor das informações, no conteúdo do seu blog:

"O Brasil usa dados velhos de propósito. O balanço das nossas emissões é de 1994. Já lá se vão 15 anos. Existem dados mais recentes, mas o Ministério da Ciência e Tecnologia não quer divulgar. É o único ministério do mundo de ciência que é contra divulgação de dados. Normalmente a ciência é a favor da informação.

Por isso quando o Brasil promete metas grandes de redução das emissões e do desmatamento, o que os jornalistas precisam é perguntar com que base se trabalha. Queda em relação a que? O truque do governo está em esconder uma parte dos números. São números divulgados para enganar."

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Tenho que reconhecer que a Míriam é especialista nesse assunto (manipular informação). Mas, nesse caso, ela foi longe demais.

Em seu desespero, ela desqualifica os interlocutores dos demais países na Convenção do Clima de Copenhage, em dezembro próximo, ao passar a idéia de que o governo brasileiro chegará com qualquer número bonito e todos aplaudirão de pé.

Ela pensa que os interlocutores são semelhantes ao seu público, que acredita em qualquer número, afirmação ou juízo que ela faça, ainda que sem fundamentação alguma?

Se os interlocutores são deste nível, que se impressionam com qualquer número que se apresente, é sinal de que eles também mentirão, se comprometendo com qualquer coisa para impressionar a opinião pública mundial. O que fará desse evento um fracasso total!

Fique calma, Dona Míria, porque ou o Brasil apresenta números confiáveis ou o presidente Lula será desmoralizado internacionalmente. Já pensou nisso?

A Míriam não entende nada de mudanças climáticas, muito menos de métodos de monitoramento de desmatamento, considerando as besteiras que fala e escreve.

Nos próximos posts, buscarei fundamentar o juízo emitido acima, já que esse é um assunto que eu entendo um pouquinho, por conta de já ter trabalhado com sensoriamento remoto, onde se utilizam imagens de satélites para interpretações sobre cobertura vegetal, hidrologia, pedologia, sistema viário, entre outros temas cartográficos.

Do Blog FBI - Festival de Besteiras na Imprensa

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Uribe compra terceiro mandato na Colômbia e Globo não diz nada

Uma graça o noticiário do Bom Dia Brasil, de hoje. Telegraficamente foi informado sobre a votação no Congresso colombiano, onde o direitista Uribe conquista a possibilidade de disputar pela terceira vez a presidência do país. Mais não foi dito. Nada de "comentaristas" reclamando das aspirações continuístas do "ditador" Uribe, nada de "especialistas" prevendo o caos institucional para a Colômbia e para o resto da América do Sul, nada dos democratas de plantão de alertarem para o grave precedente colombiano, nada...

Acho que esqueceram de falar. Sei lá.

Do Diário Gauche

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Magalhães: "Se a Leitão pensa assim, o correto deve ser assado"

por Luiz Antonio Magalhães*, Correio da Cidadania


"O pacote fiscal de Obama é insuficiente. É menor do que o que será perdido este ano pela recessão e representa, na melhor hipótese 0,75% do PIB americano. Obama terá que ser ousado, ter medidas convincentes, para usar o momento a seu favor. Aqui, os juros caíram para 12,75%, mas precisam cair mais. Não por pressão política, mas por razões técnicas: a inflação está cedendo e a economia, derretendo".

As palavras acima foram escritas por Míriam Leitão em seu blog. Chega mesmo a ser engraçada a arrogância da colunista, que já decretou o fracasso do plano do presidente Barack Obama antes mesmo de ele ser apresentado ao distinto público. Já no Brasil, a economia está "derretendo" e os juros precisam cair "por razões técnicas", não políticas.

É preciso dar um desconto para a jornalista global: o mundo em que ela vivia e acreditava, da livre iniciativa, desregulamentação, do "mercadismo", desmoronou em setembro do ano passado e desde então Leitão e outros analistas que professavam fé no neoliberalismo ficaram muito confusos e nervosos, tentando se agarrar em qualquer bóia para não afundar nas profundezas do descrédito e esquecimento.

Bem, em primeiro lugar, ninguém sabe se o plano de Obama vai dar certo ou não porque ainda falta muito detalhamento sobre o plano. Míriam acha insuficiente a quantia de US$ 850 bilhões, mas é preciso saber como o novo presidente vai usar este recurso. Ela não sabe, talvez nem mesmo Obama saiba neste momento, deve estar estudando as alternativas. A crítica, portanto, é leviana.

Quanto à necessidade de os juros baixarem por "razões técnicas", trata-se de uma manjada artimanha dos conservadores, que tendem a desprezar as motivações políticas e endeusar as "técnicas".

Ora, toda decisão econômica tem um fundo político. É claro que o BancoCentral leva em consideração os aspectos técnicos ao tomar suas decisões, mas no fundo a responsabilidade pela política monetária é do presidente da República, que a qualquer momento pode, no limite, demitir o presidente do BC e botar alguém alinhado com a política monetária que ele decida implantar.

Leitão e demais analistas neoliberais têm como dogma o regime de metas de inflação e as demais premissas da atual política econômica (responsabilidade fiscal, alto superávit primário etc.). Lula e Meirelles podem até estar certos em manter a atual política econômica, mas ela não é necessariamente correta em qualquer situação. Se necessário for, na atual situação de crise financeira global, correções de rumo poderão ser feitas e talvez para isto sejam necessários nomes novos para executar essas mudanças. É simples assim, mas Leitão certamente soltaria grunhidos estridentes contra o presidente Lula se esta hipótese se concretizasse.

No fundo, ler os comentários de Míriam Leitão é bastante útil e serve como uma bússola: se ela está pensando assim, o correto deve ser assado... Podem conferir, não tem erro!

PARA IR AO CORREIO DA CIDADANIA, CLIQUE AQUI

* Luiz Antonio Magalhães é jornalista, editor de Política do DCI e editor-adjunto do Observatório da Imprensa. É o autor do blog: http://www.blogentrelinhas.blogspot.com/