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quarta-feira, 9 de março de 2011

O “conto” da Copa do Mundo em Porto Alegre



Por Paulo Muzell (*)

Nenhum governo municipal foi tão “generoso” e sensível aos apelos e interesses do setor imobiliário e da construção civil quanto o governo Fo-Fo (Fogaça+Fortunatti). Em apenas seis anos foram se sucedendo freqüentes e sucessivos “remendos” que desfiguraram o plano diretor da cidade, tornando inútil, sem sentido, o seu longo processo de revisão e atualização, recentemente concluído.

Bilhões e bilhões de reais foram transferidos – sem maiores exigências e/ou contrapartidas – para o setor privado através da alteração dos regimes urbanísticos de grandes áreas. Elevação de índices construtivos, de alturas, mudanças no zoneamento de uso – tornados mais permissivos – foram largamente utilizados. As justificativas utilizadas foram a necessidade de viabilizar a Copa do Mundo em Porto Alegre, modernizar ou construir os estádios de Inter e Grêmio, salvar o Jockey Club do Rio Grande do Sul, tradicional entidade em situação falimentar ou, ainda, revitalizar o centro e recuperar a área portuária da cidade. Aparentemente, tudo muito justo, necessário, justificável.

Algumas vozes discordantes – infelizmente poucas – não tiveram qualquer eco, facilmente abafadas pelo forte e unânime coro midiático em defesa dos empreendimentos. Criaram-se, assim, condições para a rápida aprovação das leis de mudança do plano diretor da cidade.

Dois recentes episódios, envolvendo Inter e Grêmio, porém, puseram a nu a fragilidade dos argumentos que justificaram a concessão das “benesses” pelas vantagens que trariam aos nossos dois grandes clubes. Os supostos “beneficiários” – Inter e Grêmio – enfrentam situações que poderíamos classificar de, no mínimo, desconfortáveis. É que seus respectivos parceiros – as grandes empreiteiras – não satisfeitas com a excepcional vantagem de contar com índices construtivos diferenciados, que por si já asseguram lucros excepcionais, “mostraram suas garras”, tornaram visível a verdadeira natureza do negócio.

No Inter a construtora apresentou uma proposta – sob alegação da necessidade de atender às exigências e cronogramas da FIFA – que, no entendimento de parte do Conselho e de especialistas contratados, poderá comprometer o equilíbrio das finanças e o próprio futuro do clube. Temos um impasse e alguns, mais pessimistas, afirmam que o clube se arrisca trocar “jogador por tijolo”, o que seria muito ruim para o futuro do futebol do clube, é claro.

No Grêmio a empresa que constrói a ARENA teve a obra embargada por descumprir as mínimas exigências da legislação trabalhista. A imprensa denuncia que mão de obra trazida de região Nordeste está trabalhando em condições sub-humanas. Importar mão de obra de outros estados sem proporcionar-lhe condições dignas de trabalho traz à memória as últimas décadas do distante século XIX: trabalho escravo. Conseqüências do episódio: atraso das obras e sério prejuízo à imagem do clube.

Estes dois episódios são exemplos de como os interesses do capital imobiliário – cada vez mais vorazes – utilizam como “escudo” velhas paixões clubísticas e aspirações da população para – com forte cobertura da grande imprensa comprometida – obter do poder público benefícios e vantagens adicionais.

Para ser justo, não foi apenas o governo Fo-Fo que embarcou no “conto da COPA”. O governo federal apressa-se em “flexibilizar” a lei das licitações (8.666/93) através de emenda à Medida Provisória 510. A alteração consiste na simplificação do sistema de recursos, inversão da fase de habilitação – que será feita após julgamento das propostas – e a possibilidade de realização do projeto executivo e a obra pela mesma empresa. Tudo sob o pretexto de acelerar as obras da Copa 2014 e das Olimpíadas 2016.

As mudanças propostas dão enorme poder às empresas. Sob o pretexto de ganhar tempo e acelerar as obras corre-se o risco de aumentar o preço pago pelo poder público. Grêmio, Inter, acesso da população ao rio Guaíba, salvação do centenário Jockey Club, paixão da população por grandes eventos – COPA DO MUNDO, OLIMPÍADAS: meros pretextos para “engordar” os lucro da FIFA e das grandes empreiteiras.


Publicado no RS Urgente

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Avisem os empresários gaúchos: Mariza de Abreu não acreditava no déficit zero


Por Lupiscinio Pires

Era hora da professora Mariza Abreu voltar a Federasul e dar uma nova palestra no Tá na Mesa II. O risco seria ter meia dúzia de pessoas assistindo, ao contrário da primeira palestra que lotou o auditório da entidade.

Quase todo mundo sabe que os grandes apoiadores da gestão da secretária Mariza Abreu foram os grandes empresários locais. Centenas de linhas foram escritas pelos representantes do empresariado local defendendo a atuação Mariza Abreu na SEC. O discurso era sempre o mesmo – déficit zero e arrocho salarial no magistério. Nenhuma melhoria salarial poderia ser direcionada para os professores, pois poderia comprometer a “revolução” nas finanças implementada por Yeda Crusius. Quando a secretária Mariza Abreu enfrentava dificuldades para se manter no cargo, os empresários gaúchos recorriam aos generosos espaços da mídia para defender sua permanência. Quem não se recorda das propagandas institucionais mostrando Mariza Abreu e Gerdau. Lado a lado.

Agora, por ocasião do lançamento de seu livro, “descobrimos” que Mariza Abreu saiu do governo por divergências com Yeda Crusius, em relação ao déficit zero. Pasmem.

Na coluna de Rosane de Oliveira, em Zero Hora, a ex-secretária “confirma que sua saída do governo se deu por divergências em relação à comemoração do déficit zero. Ela achava que o governo não deveria fazer alarde, porque a redução não era sustentável e a euforia poderia desencadear uma série de pressões por aumentos”. Segundo a colunista de ZH, Mariza Abreu atribui o déficit zero a esforços de outros governos. A política de ajustes teria começado em 2000. Impressionante revelação.

Quem lia a coluna de Rosane de Oliveira e outros espaços da RBS tinha informações privilegiadas sobre todos os passos da secretária Mariza Abreu. A permanência de Mariza Abreu na SEC foi anunciada no programa Sala de Redação. Informação ao vivo prestada por Rosane de Oliveira. Neste programa o jornalista Lauro Quadros informou que tinha visto a secretária Mariza Abreu almoçando na Zero Hora com a colunista no dia anterior.

Naquele episódio denominado “Dia do Fico” jamais se viu uma mobilização tão grande do empresariado e em parte da mídia em favor de um secretário. Os programas de Lasier Martins se destinavam a ouvir o depoimento dos caciques da indústria gaúcha em favor de Mariza. A coluna de Rosane de Oliveira registrava pesquisava de opiniões favoráveis a ex-mandatária da SEC. O esforço surtiu efeito. Mariza Abreu ficou mais algum tempo no governo até se retirar para apoiar José Fogaça na eleição para governador.

E agora, em 27 de fevereiro de 2011, na mesma coluna politica de ZH, surge a informação, prestada por Mariza Abreu, de que o “déficit vinha caindo desde 2000.” Que ironia. Começou no governo Olívio Dutra.

Avisem os empresários gaúchos. Quem sabe eles escrevam um artigo contestando Mariza Abreu. Quais razões que levaram Mariza Abreu a não ter revelado estes dados durante o governo Yeda Crusius ? Talvez no próximo livro da ex-secretária, isso seja explicado.


Via RS Urgente

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Cenário eleitoral em definição no Rio Grande do Sul

A disputa para o governo do Estado no Rio Grande do Sul ainda promete alguns rounds. Entretanto, a cada dia que passa, aumentam as chances de definição da eleição em primeiro turno, em favor de Tarso Genro.

Depois que o PMDB entrou em estado de alerta, buscando reverter sua tendência de queda nas pesquisas, esta semana foi a vez da tucana Yeda Crusius apresentar novidades em sua campanha. No horário eleitoral, Yeda passou a atacar o PT e o PMDB frontalmente, comparando números de seu governo com os antecessores e criticando diretamente José Fogaça.

Inabalável, Tarso Genro parece não estar muito preocupado com os ataques. Depois que sua campanha detectou o crescimento do lulismo e articulou-se com ele, o petista, na esteira de Dilma, rompeu o isolamento e passou a crescer dia a dia. No último período, vem fazendo movimentos inimagináveis há alguns meses, como resgatar sua passagem pela prefeitura de Porto Alegre.

Nenhuma pesquisa até este momento deu qualquer alteração na tendência de vitória do candidato petista. Ao contrário, todas refletem o que se vê nas ruas: uma tranquila e quase “natural” decisão do eleitor em favor de Dilma e, agora, em favor de Tarso.

A hora dos desesperados

Assim como o lulismo se impôs nacionalmente, agora a mesma dinâmica está se reproduzindo nesta reta final no Rio Grande do Sul. Só que de um modo rápido, e talvez inseguro.

Na disputa presidencial, houve um momento em que a decisão foi tomada. Na minha opinião, foi na entrevista à rede Globo. Dilma enfrentou as feras, Marina não mostrou a que veio e Serra, ainda que bem tratado, não conseguiu se sobressair. Ali, as últimas esperanças tucanas e verdes de levar a decisão para um segundo turno, e eventualmente vencer, se tornaram pó entre os dedos.

No Rio Grande do Sul, o momento que decidiu a eleição foi menos perceptível. No início da disputa, na primeira visita de Dilma candidata ao Estado, a campanha presidencial abriu uma janela para o PMDB gaúcho apoiá-la e acompanhar Michel Temer. José Fogaça, Pedro Simon e Mendes Ribeiro fecharam a porta e perderam o rumo. Não perceberam o amadurecimento e a politização do eleitor brasileiro, nem a abrasileiração do eleitor gaúcho. O resultado é o que estamos vendo.

Creio que nestes últimos dias de disputa estamos tendo uma decisão em massa do eleitorado gaúcho em favor dos candidatos lulistas. Assim como as denúncias e manobras de Serra e do PIG não surtiram o efeito de reverter o crescimento de Dilma, no Rio Grande do Sul a mobilização do PMDB e a metralhadora giratória que se tornou a campanha do PSDB não terão o efeito de reverter o crescimento de Tarso.

O mais provável, inclusive, é que aumente o desespero nas hostes tucanas e peemedebistas. E aumentando o desespero, os erros podem aumentar e aparecer ainda mais.

Nota sobre o senado

Ana Amélia Lemos, jornalista da RBS, candidata pelo PP, conseguiu rapidamente posicionar-se em primeiro lugar nas pesquisas. Na onda lulista, Paulo Paim (PT), que até agora esteve com sua reeleição ameaçada, tende a se recuperar e manter sua cadeira. Já Germano Rigotto (PMDB), se confirmarem-se as tendências, pode amargar uma segunda derrota, quatro anos depois de perdido o governo do Estado.

Em 2006, Rigotto foi candidato a reeleição. Correndo por fora, Yeda Crusius ultrapassou-o no primeiro turno e venceu Olívio no segundo. Agora, Rigotto decidiu ir ao senado, contando com uma eleição quase certa. Ana Amélia, correndo por fora, pode repetir o feito de Yeda.

Um amigo, militante do PMDB, jura que o seu partido, em especial a ala Simon, caiu em desgraça junto à RBS. “Hoje, eles odeiam mais a gente que ao PT”, afirmou. Um acompanhamento cuidadoso da linha editorial da RBS nesta eleição no que diz respeito ao Senado não desmente a afirmação do meu amigo.

Vá saber!


Publicado na Carta Capital

Datafolha: Tarso e Dilma sobem. Fogaça Serra e Yeda afundam


Tarso Genro (PT) , ampliou em mais dois pontos a vantagem sobre José Fogaça (PMDB) na última pesquisa Datafolha (17) . Tarso aparece com 44% das intenções de voto, contra 24% do peemedebista, e 11% de Yeda Crusius (PSDB).Yeda também aumentou, mas foi a sua rejeição rejeição (ahahahhaha) .


O Datafolha também publicou pesquisa nacional, onde mostra que Dilma Rousseff tem 24 pontos de vantagem sobre José Serra. A petista tem 51% das intenções de voto, enquanto o candidato do PSDB aparece com 27%. Dilma subiu 1 ponto e Serra estacionou. Se a eleição terminasse hoje (ahahahahahha) provavelmente Dilma faria 57% dos votos válidos.

Do blog Tomando na Cuia

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Tarso venceria no primeiro turno no RS, segundo Ibope

Pesquisa do Ibope publicada pelo jornal Zero Hora deste domingo aponta Tarso no primeiro turno. Com relação a um levantamento anterior do mesmo instituto, de início de agosto, o candidato de Lula subiu de 37 para 41 pontos, Fogaça desceu de 31 para 23, e Yeda subiu de 11 para 13 pontos percentuais.

Ou seja, Tarso ampliou sua vantagem de seis para 18 pontos sobre Fogaça. E, conforme a pesquisa, venceria a eleição no primeiro turno, com 52% dos votos válidos. Mantidas as tendências, o mais provável é que o petista amplie ainda mais esta vantagem até 03 de outubro. Os demais fatores pesquisados indicam isso: Tarso tem baixa rejeição, apenas 11%. A expectativa de vitória atua em seu favor, com 44% acreditando que o petista é favorito, contra 20% que acreditam na vitória de Fogaça e 10% na de Yeda. Também na TV, Tarso tem se saído bem. Sua campanha é avaliada melhor por 26% dos eleitores, contra 12% que julgam a de Fogaça superior e nove porcento a de Yeda.

Números a parte, o crescimento de Dilma foi o que puxou o candidato petista para cima. Na contracorrente, Serra está enterrando o candidato do PMDB. Sua atuação sobre as bases do PMDB, tentando de todas as formas construir um palanque para sua candidatura no Estado, primeiro paralisou Fogaça, e, quando o tucano começou a naufragar, puxou o peemedebista para baixo.

Yeda, não está sendo tão afetada pela queda de Serra porque sua estratégia, desde o começo, afastava a candidatura presidencial. Aliás, a queda de Fogaça deve inclusive fortalecer Yeda Crusius.

Novo Brasil atropela velho Rio Grande – Há momentos na história que concentram décadas. Estamos vivendo isso nas eleições gaúchas. O Rio Grande do Sul, que até aqui foi um Estado rebelde na nação brasileira, está sendo incorporado a um projeto de nação do qual ele não se sente protagonista.

Os gaúchos gestaram Getúlio Vargas, forneceram os generais da Ditadura Militar, e não esperavam ser caudatários de um projeto gestado nos porões da sociedade paulista. O lulismo, que na falta de uma definição melhor poderia ser chamado de um getulismo de esquerda, já é o grande vitorioso nas eleições gaúchas. Lula não só vai eleger Dilma presidente no primeiro turno, inclusive no Rio Grande do Sul, como vai também eleger Tarso Genro governador, também no primeiro turno. Para usar uma expressão um pouco fora de moda, mas expressiva do momento, Lula está fazendo barba, cabelo e bigode nestas eleições no pampa gaúcho.

Os méritos dos petistas gaúchos – É cedo para fazer balanços, mas é importante apontar que a provável vitória de Tarso traduz méritos dos petistas. Tarso conseguiu unificar as fileiras do seu partido, que vinha atuando dividido em eleições anteriores. Conseguiu superar o isolamento político, recompondo com PSB e PCdoB, aliados históricos que tinham se afastado. Desenvolveu um processo de atração de forças e lideranças individuais, semeando dificuldades nas fileiras adversárias. Abriu um amplo processo de debate programático, focado em buscar soluções para romper o isolamento do Estado diante do país e do mundo. E sobretudo soube aderir à onda Lula-Dilma quando a candidata começou a subir nas pesquisas e ficou evidente que Fogaça não a apoiaria.

Seu principal oponente, José Fogaça, desenvolveu uma estratégia pensando que o tabuleiro da sucessão gaúcha aconteceria sem uma influência decisiva da eleição presidencial. Mas o novo Brasil simplesmente atropelou a velha lógica da política gaúcha, de divisão e enfrentamento permanentes. E o lulismo se impôs, por sobre todas as forças em conflito no cenário estadual.

Um Rio Grande Brasileiro – É provável que, depois destas eleições, neste novo século, o espírito de grenal que vem paralisando o Estado nas últimas décadas, fique restrito aos campos de futebol. Em certo sentido, às vésperas das comemorações da Semana Farroupilha, os gaúchos estão prestes a se encontrar com aquele que um dia foi o seu principal problema e hoje é a única saída: o Brasil.


Paulo Cezar da Rosa, Jornalista e publicitário

Via Sul 21

sábado, 28 de agosto de 2010

Crack Nunca Mais, pela reabilitação do RS



Por Katarina Peixoto


Programas de reabilitação de drogados costumam prescrever a aceitação de que o mundo é maior que a dependência do drogadito. Ou, em outras palavras, que o drogadito não é maior do que o mundo. Versões mais grosseiras dessas tentativas de desintoxicação costumam meter deus no meio dessa superação. Fato é que desintoxicar exige humildade. E uma consciência da própria finitude, quer dizer, um compromisso inadiável com a própria carne, com as próprias dores e possibilidades. Desintoxicar, por isso, exige um compromisso com a verdade. Não há espaço para mentira e suas variantes do auto-engano no caminho de luta contra a dependência.

Por isso falar em desintoxicação do Rio Grande do Sul faz sentido, e não exatamente como metáfora.

Um Estado que padeceu com a experiência Yeda Crusius não precisa de metáfora, mas de realidade e, portanto, de um compromisso inadiável com a verdade. A viagem tem sempre vida curta e a chapação, ao longo do tempo, mata. De 2003 para cá, quando a direita gaúcha rearticulou seu projeto de poder no estado do Rio Grande do Sul, a situação do Estado, perante si mesmo e perante o país realmente merece uma campanha como “Crack, nunca mais”. Não é sem propósito que o esteio propagandístico da chapação lança essa campanha. E, mais uma vez, não há metáfora, aqui.

A decadência econômica vem caminhando de mãos dadas com a degeneração política. Se esse vínculo é necessário ou não, pouco importa. Fato é que constatar sua existência no RS dos dias que correm é dizer a verdade. O lero-lero delirante do Déficit Zero é propagandeado a despeito do declínio nos índices de qualidade de ensino, de saúde, dos serviços públicos e nos grandes esquemas de saque do erário já combalido. Saques, por sua vez, investigados e denunciados antes pelo Ministério Público Federal e pela Polícia Federal. A chapação e a dependência não deram lugar à oposição. Mas esta, como um fígado, seguiu se regenerando.

Seria simplesmente ridículo ver Yeda Crusius na televisão, com aquela sua peculiar mirada ao infinito, não fosse desagradável. É constrangedor e triste ver no que as drogas podem transformar uma pessoa. E a mentira das sanhas ideológicas não apenas alienam politicamente, como demenciam. Tem algo demente, ali, naquele queixo acrítico, naquele déficit zero que outro dia até a representante não escolhida pelo voto do sofrido Ministério Público Estadual repete. Diabos, o que pode querer dizer déficit zero no MP estadual???

Para criticar o Olívio Dutra, diziam que nas Assembléias do OP se discutia até a compra de carteiras para escolas. Para criticar, diga-se. Porque o que fizeram com este homem é inominável. Agora, não podem mais fazê-lo. Não falam mais sozinhos, não intoxicam plenamente, não asseguram a terra das palavras delirantes nas mentes incautas. E o Rio Grande do Sul fica mais saudável.

Posso discordar de que tudo seja discutido numa assembléia de OP. Mas frente ao crime o que está em jogo não é a concórdia ou a discórdia; é a justiça, a lei. Ambas, em tempo, vêm sendo destroçadas neste estado. Desmantelaram a legislação ambiental, esquartejaram a legislação dos incentives fiscais e, com isso, a mínima decência tributária (o Fundopem do governo Rigotto tornaria Britto um republicano), desinvestiram deliberada e sistematicamente na saúde, recusaram e se abstiveram do recebimento e do empenho de verbas federais destinadas a políticas públicas para jovens, crianças, mulheres, mulheres negras, comunidades indígenas, catadores de papel, usuários do SUS.

Esse acúmulo de perdas só reforçou a dependência da máquina propagandística, o estuário de verbas estaduais para seguir tentando perpetuar o vício. Como se sabe, o vício tem muitos aspectos: culpa-se o outro, projeta-se a própria miséria e se denega qualquer responsabilidade. Assim se pode ver motoristas de táxi, lobotizados via rádio o dia inteiro, bradarem contra a Dilma porque os azuiszinhos não fiscalizam as pessoas que estacionam nas ruas. Crack,nunca mais.

E por falar nisso, o senador Simon está calado. O paladino da imparcialidade ativa que embruteceu, empobreceu e corrompeu o Estado em níveis nunca dantes vividos. Seu candidato, até que se prove o contrário, é um senhor tão obscuro como descompromissado, cujo discurso vazio só é superado pela ausência de vitalidade.

Quem quer manter essa carcaça em que o RS se tornou? Como um resto de gente, com dentes empodrecidos, ira contra o mundo, sobretudo incompreensível; quem caminha pelas ruas e vê as hordas de jovens chapados sabe do que se trata a imparcialidade ativa do déficit zero. Sabe o que desinvestimento, abstenção e recusa de assistência geram. Ainda virá à tona o quanto foi devolvido à união pelos governos (sic) da imparcialidade ativa e do déficit zero, em recursos sem empenho, destinados a políticas públicas no âmbito da assistência social, médica, à criança e ao adolescente, à juventude. Crack, nunca mais.

Reabilitação é um processo doloroso, mas diariamente fortalecido. Toda desintoxicação exige mais do fígado do que os porres de palavras cruzadas e falsas polêmicas. Mas funciona, constitui, faz sentido. É um caminho incerto, com recaídas, ou sem. Mas aponta para a agregação, a consciência do mundo e a independência moral. Sem chapação, sem mentira, sem saque do erário e sobretudo sem o delírio destruidor de futuro, de responsabilidade e de saúde.

O que será do RS reabilitado não se sabe, visto que a destruição não foi pouca nem irrelevante. Mas cessar a dependência, hoje, é vencer o vício, ganhar da mentira, recusar o auto-engano mistificador e empenhar-se com o futuro. Crack, nunca mais.



Texto surrupiado do RS Urgente

Ilustração Sátiro-Hupper

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

RS Urgente: O culto ao isolamento e o diálogo do vazio

O primeiro programa de televisão dos candidatos ao governo gaúcho indicou uma tendência que pode ser um dos traços definidores da disputa eleitoral deste ano no Estado. Das três candidaturas apontadas como favoritas, apenas uma delas trata o Rio Grande do Sul, não como um país isolado, mas como uma unidade da Federação e uma região do mundo. Os programas de Yeda Crusius (PSDB) e de José Fogaça (PMDB) não fizeram referência à disputa nacional nem apontaram suas afinidades com os projetos nacionais em disputa. A governadora Yeda Crusius conseguiu a proeza de omitir completamente o nome do candidato do seu partido à presidência da República. Aliás, os sentimentos de aversão e antipatia entre José Serra e Yeda parecem ser recíprocos. Coerente com essa linha, o refrão do jingle de Yeda afirma: “Sou gaúcho, voto em Yeda”. Pronto. É isso. Quem é gaúcho vota na Yeda? Entenderam? Pouco importa. Não é para entender mesmo. Apresentando-se dissociada da agenda nacional de seu partido, a candidata Yeda parece um átomo pululando enlouquecido pelo mundo a bradar: “Déficit zero! Déficit Zero! Quem é gaúcho vota em mim”. Qual a relação do Rio Grande do Sul com a disputa que ocorre no país? Nenhuma, segundo o programa de Yeda.

Já o primeiro programa do PMDB não chegou a ser uma surpresa. O ex-prefeito de Porto Alegre tinha avisado que iria exercer energicamente a imparcialidade ativa. E Fogaça cumpriu a promessa. Não é de ninguém e é de todo mundo. Não é Serra nem Dilma muito pelo contrário. O PMDB é governo em toda a parte. Na prefeitura de Porto Alegre, no governo do Estado e no governo Federal. O vice de Dilma é do partido. Como o programa de Fogaça lida com isso? Não lida. Está em tudo e não é nada, o que é, aliás, uma boa definição de vazio. Fogaça apresenta-se como o candidato capaz de unir e dialogar com todas as forças. Uma pretensão nada modesta. O problema é que o postulante apresenta-se para o diálogo sem identidade, sem cara própria. Fogaça e seu partido estão no governo Yeda e não tem nada a dizer á população sobre este governo do qual fazem parte. Fogaça e o PMDB estão no governo Lula e também não tem nada a dizer sobre isso. Fogaça diz que vai dialogar com todo mundo, que vai unir. Poderia começar esse diálogo apresentando suas escolhas políticas recentes e assumindo suas responsabilidades por elas. Partindo de um centro vazio e de uma promessa abstrata de diálogo perpétuo, esse tipo de discurso é omisso e desleal para com seus parceiros nos governos dos quais participa. Qual a opinião de Fogaça sobre Serra? E sobre Dilma? E sobre Yeda? Nenhuma. Silêncio. Vazio.

Numa tentativa meio tacanha de preencher esse vazio, o discurso inaugural do programa de Fogaça faz as tradicionais referências à história do Rio Grande do Sul, à Revolução Farroupilha e a nomes como Jango, Brizola, Tancredo Neves, Ulysses Guimarães. É sintomático que não haja nenhum político vivo nesta lista. Prejudicaria o diálogo, decerto. Assim como o programa de Yeda, o de Fogaça não estabelece qualquer relação entre a situação do Estado e do país. E tome Revolução Farroupilha e tradição para asfaltar a estrada do diálogo. A opção do PMDB pela imparcialidade ativa de Fogaça pode custar caro ao partido. Com todos os problemas que carrega e uma altíssima taxa de rejeição, Yeda ao menos afirma algo sobre seu próprio governo. Fogaça não afirma nada sobre nada. Não se compromete e não assume responsabilidade alguma pelas suas escolhas políticas e as de seu partido.

As opções dos marqueteiros e coordenadores de campanha de Yeda e Fogaça acabaram fortalecendo o sentido do slogan escolhido pela candidatura Tarso Genro, “Rio Grande do Sul, do Brasil e do mundo”. Inovando em relação ao discurso tradicional do “ah, eu sou gaúcho!”, o programa convida o Estado a se abrir para o Brasil e para o mundo. O Rio Grande do Sul já fez isso algumas vezes, sempre com bons resultados para todos. A última delas foi a experiência do Fórum Social Mundial que encantou a cidade de Porto Alegre e a população do Estado. O Rio Grande do Sul é um maravilhoso lugar para se viver, é verdade. Mas não é o único e não está sozinho no mundo. Um pouco dos ares do Brasil, de Pernambuco, de Minas Gerais, da Bahia, de Santa Catarina, apenas para citar alguns Estados, farão muito bem ao povo farroupilha. E da Argentina, do Uruguai, da Bolívia, da Colômbia…Pode parecer uma trivialidade, mas diante do culto do isolamento e da dissociação em relação ao resto do país, que aparece nos discursos de seus principais adversários, adquire um renovado sentido.

Sentido este que é fortalecido também pela postura de afirmar claramente sua posição no debate nacional. Apóia, participa e tem orgulho do governo Lula e do apoio recebido pelo presidente. Goste-se ou não do governo Lula, ninguém poderá dizer que não sabe qual é a posição de Tarso Genro sobre ele. Deve ser incômodo para os partidários do PSDB ver o programa eleitoral de sua candidata ao governo do Estado escondendo seu candidato à presidência. E omitindo qualquer consideração sobre a relação do Rio Grande do Sul com o Brasil no debate eleitoral. Já os militantes do PMDB terão que canalizar suas energias na imparcialidade ativa de Fogaça. Nem sim, nem não. Muito antes pelo contrário.


Do RS Urgente

sábado, 7 de agosto de 2010

RS Urgente: Tarso segue na frente. Dilma ultrapassa Serra no RS

Pesquisa Ibope/RBS feita entre os dias 3 e 5 de agosto, e divulgada na tarde deste sábado (7), restrita ao Rio Grande do Sul, apontou como um de seus principais resultados a ultrapassagem de Dilma Rousseff sobre José Serra naquele que era considerado um dos redutos intocáveis da candidatura tucana. Os números do Ibope são os seguintes (a pesquisa anterior foi realizada em julho)

Dilma (PT): 42% (na pesquisa anterior tinha 37%)
Serra (PSDB): 40% (tinha 46%)
Marina (PV): 5%

Em todas as pesquisas anteriores ela aparecia atrás de Serra, e o Sul vinha sendo considerado como uma espécie de última trincheira tucana.

Governador:
Tarso Genro (PT): 37% (39% na anterior)
José Fogaça (PMDB): 31% (29% na anterior)
Yeda Crusius (PSDB): 11% (15% na anterior)
Pedro Ruas (PSol): 1%
Carlos Scheneider (PMN): 1%

Rejeição dos candidatos:

Yeda (PSDB): 41%
Tarso (PT): 10%
Fogaça (PMDB): 5%

Os índices de Tarso e Fogaça variaram dentro da margem de erro da pesquisa Ibope (3%). Já a queda de Yeda, de 4 pontos, ultrapassou essa margem. Segundo o Ibope,Tarso Genro tem seu melhor desempenho na faixa de 30 a 39 anos — com 42%, contra 29% do peemedebista e 10% de Yeda. Por gênero, Fogaça consegue o melhor resultado entre os homens, com 34% contra 37% do petista. Entre as mulheres, Tarso é o preferido por 38% do eleitorado, enquanto Fogaça tem 28% das intenções de voto.

Do RS Urgente

sábado, 26 de junho de 2010

Ibope mostra Tarso na frente

Do Sul 21

Pesquisa realizada pelo Ibope no Rio Grande do Sul, entre os dias 10 e 15 deste mês, mostra que o petista Tarso Genro lidera as intenções de voto na disputa pelo governo estadual, com 37%, contra 30% do ex-prefeito de Porto Alegre José Fogaça (PMDB) e 11% da governadora Yeda Crusius (PSDB).

Em uma simulação de segundo turno, Tarso teria 47% e Fogaça 39%. Foram realizadas 1.204 entrevistas e a margem de erro é de três pontos percentuais, para mais ou para menos. A informação foi dada pelo colunista Claudio Humberto, ainda na quinta-feira (24), às 22h.

O Ibope, por meio de sua assessoria de imprensa, confirma que realizou uma pesquisa nessa data no estado, mas não revela quem solicitou o estudo.


Via RS Urgente

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Tarso Genro lidera disputa ao governo, diz Vox Populi

O pré-candidato do PT ao governo do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, lidera as intenções de voto no Estado. O petista tem 32% das intenções de voto para o pleito de outubro, segundo pesquisa Vox Populi divulgada nesta quinta (20) pela TV Bandeirantes .

Em segundo lugar aparece José Fogaça (PMDB), citado por 27% dos entrevistados. Yeda Crusius, do PSDB, aparece com 10 % das intenções de voto.

Beto Albuquerque (PSB), que já retirou sua pré-candidatura, aparece com 7%. Luis Augusto Lara (PTB) e Pedro Ruas (PSOL) têm 1% das intenções de voto cada. Brancos e nulos somam 5%, enquanto 20% dos entrevistados não souberam ou não responderam.

Em um segundo cenário, sem os pré-candidatos Beto Albuquerque e Luis Augusto Lara, o petista Tarso Genro aparece com 34% das intenções de voto. José Fogaça tem 29%, Yeda Crusius 10% e Pedro Ruas 1%. Mont Serrat (PV), que não pontuou no primeiro cenário, aparece, desta vez, com 1%.

A pesquisa entrevistou 700 pessoas foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no último dia 10 sob o número 11313/2010. A margem de erro é de 3,7 pontos, para mais ou para menos.


Do Jornal Sul 21

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Porto Alegre não tem ônibus elétrico, em compensação...


Têm paradas de ônibus eletrificadas

A busca do déficit zero, tanto na prefeitura de Porto Alegre, quando no governo estadual, têm feito vítimas em todo o estado. São pontes que caem por falta de manutenção, escolas deterioradas, doenças bíblicas (Velho Testamento, contemporâneas do patriarca Moisés) que já estavam erradicadas voltam a causar óbitos, desvio de recursos federais para aplicação no mercado financeiro... e paradas de ônibus eletrificadas pelo completo e desavergonhado descaso tanto da EPTC (prefeitura de Porto Alegre, gestão do prefeito José Fogaça) quanto da CEEE (governo estadual, gestão da governadora Yeda).

Os familiares do estudante que morreu eletrocutado ontem numa parada de ônibus na avenida João Pessoa, em Porto Alegre, devem requerer uma vultosa indenização à EPTC e à CEEE.
As duas empresas estatais - homicidas - foram solidárias no descaso e na omissão como exercem suas funções públicas.

Do blog Diário Gauche

sábado, 6 de fevereiro de 2010

Fator Mariza Abreu indica estratégia do PIB gaúcho para seguir mandando no Palácio Piratini


O chamado alto PIB gaúcho (Gerdau, RBS & Cia) não desistiu de reduzir o Estado do Rio Grande do Sul a um mero gerente de seus negócios privados. Desde o governo Antônio Britto - com um intervalo de quatro anos, onde declarou guerra ao governo Olívio Dutra – o PIB guasca implementa sua agenda de privatizações, Estado mínimo e choque de gestão. A eleição de Yeda Crusius (PSDB) foi um acidente de percurso. As fichas estavam todas depositadas na reeleição de Germano Rigotto (PMDB), mas a soberba, entre outras coisas, acabou colocando a tucana no Palácio Piratini. Deu no que deu: um governo atolado em denúncias de corrupção e trapalhadas, desde o início. Yeda, no entanto, cumpriu um compromisso central com o PIB gaúcho: seguiu desmontando o Estado e subordinando o público ao privado.

Mas a atual governadora não é uma pessoal confiável aos olhos dos Gerdaus e Sirotskys da vida. Por isso, agora, as fichas vão para a candidatura do prefeito de Porto Alegre, José Fogaça. E alguns nomes importantes que estiveram com Yeda já desembarcam na campanha de Fogaça. É o caso de Mariza Abreu, ex-secretária de Educação do governo tucano, que declarou apoio à candidatura do PMDB. Ela sonha em voltar ao cargo na Secretaria de Educação para terminar o serviço que não conseguiu implementar: as “reformas” na educação pública gaúcha, que, até aqui, significam basicamente supressão de direitos de professores e funcionários da rede estadual de educação. O choque de gestão na educação é um antigo sonho de Gerdau e outros empresários gaúchos. Acham que, com Fogaça, terão uma nova chance.

Em um artigo publicado em 11 de janeiro de 2009, no jornal Zero Hora, o economista Gustavo Iochpe rasgou elogios a Mariza Abreu e identificou quais seriam os desafios para a educação gaúcha: “combater a inércia, a letargia, os interesses corporativos arraigados”. Ou seja, dito de outro modo, o problema está nos professores e professoras preguiçosos e corporativistas. Isso foi dito – e repetido – assim, sem qualquer ambigüidade. “Finalmente, o Rio Grande tem uma secretária da Educação com uma visão correta do futuro da nossa educação e disposta a empreender essas reformas. É Mariza Abreu”, anunciou Iochpe, lamentando que ela não teria respaldo do governo para cumprir essa missão. O apoio precoce da ex-secretária a Fogaça já sinaliza o programa e a estratégia da direita gaúcha para seguir no Palácio Piratini.


Do RS Urgente

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Vox Populi: Tarso lidera pesquisa ao governo do RS com 34%

O ministro da Justiça, Tarso Genro, provável candidato do PT ao governo do Rio Grande do Sul lidera a pesquisa Vox Populi de intenções de votos na disputa eleitoral deste ano com 34% da preferência. Em segundo lugar aparece o atual prefeito de Porto Alegre, possível candidato do PMDB, com 31% das intenções de voto. A pesquisa, encomendada pela Rede Bandeirantes, foi divulgada na noite desta quinta-feira no Jornal da Band.

A governadora do Rio Grande Sul Yeda Crusius, possível candidata do PSDB à reeleição aparece em terceiro lugar, com 7% das intenções de voto. Beto Beto Albuquerque, do PSB, e Pedro Ruas, do Psol, aparecem com 2% dos votos. Em um segundo cenário, sem Beto Albuquerque, Tarso Genro aparece com 34%, José Fogaça com 30%, Yeda Crusius com 7% e Pedro Ruas com 3%.

Do Terra Brasil

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

O 2010 de Yeda Crusius

Recomendo a leitura da coluna abaixo publicada em Carta Capital. Diz muito sobre o "jeito gaúcho de ser" e como isto nos tem sido prejudicial ultimamente:


Por Paulo Cezar da Rosa

A governadora Yeda Crusius está iniciando 2010 abandonada por quase todos que a elegeram no Rio Grande do Sul. Tendo iniciado 2009 sob intensos ataques da oposição, em meados do segundo semestre Yeda tentou um projeto de recuperação política e de imagem, anunciando inclusive a disposição de disputar a reeleição. Para atingir esta meta, além de um conjunto de iniciativas políticas, como a consolidação de um acordo com o PP gaúcho, o PSDB contratou uma empresa de marketing, especializada em gestão de crises, para intervir no Estado. Entre os desafios que tinha, Yeda precisava recompor sua imagem, vinculada às ideias de conflito e incompetência política, sufocar as CPIs que buscavam reverberar as denúncias de corrupção em seu governo - algo que hoje alguns estimam em mais de 500 milhões de reais - e retomar a noção de estar realizando uma gestão bem sucedida através da apresentação de iniciativas e obras.

A operação de salvamento de Yeda Crusius foi atingiu sua meta apenas na anulação dos efeitos eleitorais superficiais da CPI da Corrupção. E isso somente porque a CPI atuou sobre um terreno já conhecido e consolidado na opinião dos gaúchos. Ao não ter nenhuma novidade importante para apresentar, a CPI pôde ser anulada pela maioria governista na Assembleia sem nenhum constrangimento. Na verdade, a reação de Yeda Crusius sobre o tema da corrupção foi tardia e, também por isso, ineficiente.

Mal de imagem

No que diz respeito a sua imagem e ao conceito de seu governo, Yeda inicia o ano derrotada. A pesquisa Datafolha de 22 de dezembro colocou seu governo com avaliação mais baixa que a do governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda (DEM). A governadora ficou em décimo lugar, com nota 3,9 e 50% na soma dos conceitos ruim e péssimo. A pesquisa, ao mesmo tempo, indicava um empate, com 30% cada um, entre o ministro Tarso Genro e o atual prefeito de Porto Alegre, José Fogaça, para sucedê-la em 2010. Em termos de intenção de votos, pela primeira vez Yeda aparece em quarto lugar, com 5%, atrás de Beto Albuquerque, do PSB, com 7%.

As avaliações para Yeda ter índices tão negativos vão desde uma suposta maior exigência ética dos gaúchos em relação aos seus governantes, diante da média brasileira, até a existência de um "espírito de grenal" na cultura política gaúcha, que impediria a viabilização de qualquer projeto.

A verdade, no caso, não parece residir nisto. Assim como uma pesquisa anterior, do Instituto Methodus, a pesquisa Datafolha não teve seus patrocinadores divulgados. Tanto Fogaça, quanto Tarso, trataram de tomar distância e minimizar seus efeitos. Como o grupo Folha vem tendo uma orientação pró-Serra, o mais provável é que a pesquisa seja uma nova sinalização no sentido da governadora abandonar os sonhos de reeleição, para não prejudicar o candidato tucano. Com Yeda candidata, seria muito difícil para Serra buscar o apoio entre as forças que estão em torno ao prefeito de Porto Alegre, principalmente no primeiro turno.

Mal de governo

Yeda, contudo, não inicia o ano apenas com um déficit de imagem. Inicia com um brutal problema político. No final de 2009, seu governo teve de recuar de dois projetos decisivos para sua gestão. Ao ver que não teria maioria para aprovar as reformas da Segurança e do Magistério, o governo do Estado retirou os projetos de votação. Com isso, ninguém mais acredita na possibilidade de Yeda obter liberação da segunda parcela de um empréstimo de US$ 1,1 bilhão do Banco Mundial. E sem esse dinheiro, o governo Yeda acabou.

Na prática, ainda que Yeda possua uma base disposta a defendê-la das acusações de corrupção na Assembleia (sendo que muitos parlamentares estariam atuando em causa própria), a governadora não tem uma maioria para apoiá-la em seus projetos. Com isso, o governo não cumpriu quase nenhuma das condições exigidas pelo Banco Mundial para liberar a segunda parte do empréstimo. E não deverá ser em 2010, um ano eleitoral, que Yeda Crusius vai impor sacrifícios aos gaúchos. Entre os itens previstos, estão a mudança nas carreiras e na previdência dos servidores (com a instituição de um gestor único da previdência, que deveria ser o IPE, para todos os poderes).

Incapaz de viabilizar suas ideias, Yeda inicia o ano sob o signo das piores práticas de governo que o Brasil já teve: Quebra dos contratos e financiamentos internacionais, e populismo irresponsável. Para resolver o problema de caixa, Yeda anunciou que vai usar 70% do fundo previdenciário de R$ 1 bilhão para obras nas estradas. Esse fundo, criado com a venda de ações do Banco do Estado do Rio Grande do Sul, foi dito intocável quando da criação. Com o desbloqueio do dinheiro, a governadora pode ter resolvido seu problema imediato de recursos para alguns investimentos, mas este é um atalho que só vai aumentar os problemas do Estado.

O abandono em anúncio institucional

No dia 26 de dezembro, um anúncio institucional de página inteira, sob o título "O mundo está descobrindo o Brasil que você está ajudando a construir." apareceu no jornal Zero Hora. O texto do anúncio é o seguinte: "O mundo inteiro está descobrindo um país capaz de sediar uma Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos, que conseguiu sair da crise mundial muito antes que os outros, e que logo vai estar entre as cinco maiores economias do planeta. Esse Brasil, que é feito por você e que o mundo está descobrindo agora, é o mesmo Brasil em que a gente sempre acreditou. Em 2010, descubra algo novo em você também."

Se você estiver pensando que este anúncio foi assinado pelo governo federal ou pelo PT gaúcho, lamento informar que você está enganado. De início, eu mesmo não acreditei. Até a primeira quinzena de dezembro, Zero Hora densenvolvia uma linha de combate virulento e muitas vezes rebaixado ao presidente Lula. Mas este anúncio foi assinado pelo Grupo RBS, dono do jornal Zero Hora, e não parece ser um ação publicitária de oportunidade. Aliás, ações institucionais como essa são raras no grupo e sempre sinalizam orientações de fundo.

O surpreendente na propaganda talvez não seja o seu conteúdo explícito, mas sua leitura implícita. Com o anúncio, a RBS, ao que tudo indica, está dando um adeus definitivo a Yeda Crusius. Depois de passar anos combatendo o governo Lula e tentando viabilizar o ajuste neoliberal da governadora, o grupo RBS pode estar vergando-se diante da realidade do sucesso do governo Lula e do fracasso de Yeda Crusius. Mais que isso, pode estar até inflexionando no sentido de apoiar a continuidade do governo federal, com a candidatura de Dilma Rousseff.

De fato, o anúncio do dia 26 foi confirmado por editorial no dia 27 e já havia sido precedido de uma guinada surpreendente no dia 22. Depois de passar semanas atacando Lula, Zero Hora colocou uma foto muito boa da ministra na capa sob a chamada "O novo visual da ministra candidata" e deu-lhe um tratamento positivo. A alteração de linha guarda relação com a leitura das próprias pesquisas. O governo Lula tem um dos seus piores desempenhos no Rio Grande do Sul, mas os índices de aprovação que obtêm na região metropolitana de Porto Alegre e no interior do Estado estão muito próximos da média nacional. O problema do governo Lula está na capital, que puxa para baixo seus índices.

A aprovação média de Lula no RS é de 58%, e em Porto Alegre é de apenas 45%. O pior lugar do mundo para Lula é Porto Alegre. Contribuem para esse conceito "crítico" eleitores de todos os campos políticos e ideológicos da capital gaúcha. Em Porto Alegre, esquerda, direita e centro se distanciam do governo federal em favor de suas próprias ideias, mas não conseguem viabilizá-las sequer no contexto municipal. O Estado hoje tem uma economia débil e um governo estadual desastroso, mas a principal debilidade econômica do Rio Grande do Sul (e ideológica) está em sua capital, cuja receita e capacidade de investimentos são declinantes há muitos anos. Num quadro de dificuldades, a tendência da sua ampla classe média, grande parte constituída de funcionários públicos de vários níveis, professores municipais, estaduais e federais, burocratas de alta estirpe, é operar de modo conservador, à direita, ao centro e à esquerda. Hoje, o Rio Grande do Sul é um Estado que perdeu a onda de crescimento do Brasil, e o carro chefe do trem descarrilhado é Porto Alegre.

Olhando 2010

Se, de fato, o grupo RBS aderir à tese da continuidade, isso não significa que os problemas do governo Lula tenham acabado no Rio Grande do Sul. Aliás, é possível até que eles verdadeiramente tenham início, dependendo de como isto venha a se processar. Uma das hipóteses recorrentes no Estado é que o grupo RBS faz tempo deixou de dar as cartas. Por estar perdendo audiência e leitores, e principalmente prestígio, dia a dia (tal como o PIG nacional), suas ações não estariam guiadas por uma estratégia ou convicção, mas pelo desespero da falta de recursos para dar conta dos compromissos no final de cada mês. Ao ver o caixa do Estado falido, o grupo RBS estaria se voltando rapidamente para o caixa federal.

Pode ser. E pode ser também que o Rio Grande do Sul não tenha grande importância no contexto nacional nos dias de hoje. Porto Alegre, menos ainda. Mas o governo Lula deveria se preocupar muito mais com o que está acontecendo por aqui. Porto Alegre tem tudo para ser o calcanhar de Aquiles dos sonhos de continuidade do governo federal. Yeda é um desastre estadual e Dilma Rousseff é um sucesso nacional. Mas se não tiver apoio em sua própria casa, como a mãe do PAC poderá pedir apoio na casa dos vizinhos?

Piblicado na Carta Capital

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Flavio Koutzii: tese da polarização no RS é um truque

Em entrevista publicada nesta segunda-feira no Jornal do Comércio, Flavio Koutzii analisa o quadro político estadual e nacional e adverte para o retorno de um velho truque na política gaúcha, a saber, a tese da polarização e da necessidade de “pacificação” do Estado:

O senador Pedro Simon - respeitado e tudo mais, mas que tem escancarado uma opinião “acima do Mampituba” e outra para nós, uma conivência que considero indecente - dizia na segunda-feira passada que Fogaça vem para pacificar. Pergunto: para pacificar o quê, cara pálida? Porque toda a turbulência que há no Rio Grande do Sul vem a partir do próprio governo, em que eles (PMDB) ainda estão. Pacificar o quê? A existência de uma pequena oposição, que tem dez deputados (PT), mais o PCdoB na Assembleia?

Sobre a tese da “pacificação” – que, segundo Simon, seria encarnada pela candidatura Fogaça, Koutzii lembra que ela representa uma mera repetição da estratégia utilizada pelo PMDB com a candidatura Rigotto, em 2002:

Ele (Fogaça) é dessa turma (do governo)… A estratégia da pacificação foi brilhantemente encarnada pela candidatura Rigotto (em 2002), até porque ele tinha muito a ver com a proposta, era um cara de diálogo e conseguiu isso. Assim como Fogaça (em 2004) - para quem eu gostaria de dar o kikito de melhor achado de publicidade, que foi aquele “fica o que está bom e muda o que está ruim”, genial do ponto de vista de síntese, hábil, enganoso - funcionou. Mas agora o tema da pacificação está sendo forçado.

O presidente da Federasul (José Paulo Dornelles Cairoli), na cerimônia do Prêmio Líderes e Vencedores, fez um discurso, breve, e disse, não por acaso, que a responsabilidade pela crise do Rio Grande do Sul é da situação e da oposição. Como é possível dizer isso? Não conseguem nem colocar uma CPI para funcionar com eficácia, porque não tem base institucional dentro da Assembleia. Então esse negócio de pacificação não cabe, não tem nada que ver com a realidade hoje.

Koutzii assinala ainda que a estratégia da base parlamentar do governo de paralisar a CPI na Assembléia revela conivência e cumplicidade com a corrupção:

A CPI está paralisada porque oito deputados de 12 não aparecem mais. Mas não aparecem não porque sejam vagabundos. Não aparecem porque são militantes coniventes e cúmplices dos temas em que eles impedem que seja aprofundada a investigação. E não foi alguém da Assembleia Legislativa que desencavou um tema e chegou a uma CPI. Temas profundamente investigados durante dois anos e meio, nos rigores da lei, com as técnicas que a Polícia Federal (PF) e o Ministério Público Federal (MPF) têm dão base ao desenvolvimento da CPI. Isso é um escândalo! A escolha foi botar a CPI no freezer, esterilizá-la ao máximo. Portanto, todos esses deputados estão associados a esse processo.

(A entrevista na íntegra)

Do RS Urgente

sábado, 3 de outubro de 2009

Pesquisa Ibope: Tarso lidera em todos os cenários. Yeda tem 60% de rejeição

O jornal Zero Hora publica neste domingo (4) pesquisa Ibope sobre a sucessão estadual no Rio Grande do Sul. O candidato do PT, Tarso Genro, lidera em todos os cenários e também na disputa em segundo turno. Na pesquisa espontânea, Tarso tem 10%, sendo seguido por Germano Rigotto (PMDB), com 6%, José Fogaça (PMDB), com 4% e Olívio Dutra (PT), com 4%. Yeda Crusius (PSDB) tem 3% e Beto Albuquerque (PSB), 1%. O índice de indecisos é de 56%., com 11% de brancos e nulos.

Nos quatro cenários estimulados, Tarso lidera com índices que variam entre 37% e 40%. Em segundo lugar, alternam-se Rigotto e Fogaça, com índices que variam de 26 a 28%. Em terceiro lugar aparece Beto Albuquerque, com uma variação de 7 a 8%. Quando aparece, Yeda Crusius vem em quarto, com uma variação de 4 a 5%. A atual governadora do Estado tem o maior índice de rejeição entre todos os candidatos: 60% dos entrevistados disseram que não votam nela de jeito nenhum. Os demais índices de rejeição são muito mais baixos: Paulo Feijó (DEM), com 14%, Tarso Genro, com 13%, Pedro Ruas (PSOL), 12%, Rigotto, 11%, e Fogaça, 9%.

No segundo turno, Tarso vence em todas as simulações:

48% a 34% contra Rigotto
48% a 34% contra Fogaça
65% a 10% contra Yeda

Nas simulações de segundo turno, Yeda perde em todos os cenários, seja contra Tarso, seja contra um candidato do PMDB.

O Ibope também consultou a opinião dos eleitores gaúchos sobre a disputa presidencial. Na pesquisa espontânea, Lula lidera com 19%, sendo seguido por José Serra, com 14%, Dilma Rousseff (PT), com 7% e Ciro Gomes (PSB), com 2%. Nos dois cenários estimulados, os resultados são os seguintes:

Cenário 1
Ciro – 27%
Dilma – 20%
Aécio – 10%
Heloísa Helena – 10
Marina Silva – 8

Cenário 2
Serra – 30%
Dilma – 19%
Ciro – 19%
Heloísa Helena – 8%
Marina Silva – 6

Na disputa para o Senado, Paulo Paim (PT) lidera o levantamento espontâneo, com 10%, sendo seguido por Sérgio Zambiasi (PTB), com 6%, e Germano Rigotto, com 4%. Na pesquisa estimulada, Zambiasi está na frente com 30%, seguindo por Paim e Rigotto, ambos com 28%.

O Ibope ouviu 812 eleitores em 52 municípios do Estado entre os dias 25 e 29 de setembro. A margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos.


Do RS Urgente

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Methodus: Tarso na frente; Yeda tem 58,2% de rejeição

O Instituto Methodus divulgou pesquisa sobre a disputa eleitoral para o governo gaúcho. Foram ouvidos 1.500 eleitores, em 30 municípios, entre os dias 20 e 25 de setembro. A margem de erro é de 2,6 pontos percentuais, para mais ou para menos. O levantamento apresenta uma diferença importante em relação a outras pesquisas divulgadas recentemente. A pesquisa da Methodus coloca Germano Rigotto (PMDB) em segundo lugar, e não José Fogaça (PMDB), como vinha ocorrendo. Os números divulgados pelo instituto são os seguintes:

Pesquisa Espontânea (principais votados)

Tarso Genro (PT) – 10,8%
Germano Rigotto (PMDB) – 7,7%
Olívio Dutra (PT) – 7,1%
Yeda Crusius (PSDB) – 4,8%
José Fogaça (PMDB) – 2,6%
Beto Albuquerque (PSB) – 1,0%
Não sabe – 57,1%
Nenhum – 3,2%

Pesquisa Estimulada (Cenário 1)

Tarso Genro (PT) – 33,6%
Germano Rigotto (PMDB) – 28,2%
Beto Albuquerque – 10%
Yeda Crusius (PSDB) – 8,4%
Vieira da Cunha (PDT) – 3,3%
Pedro Ruas (PSOL) – 2,9%
Paulo Feijó (DEM) – 1,1%
Nenhum – 6,0%
Não sabe – 6,6%

Pesquisa Estimulada (Cenário 2)

Tarso Genro (PT) – 35,3%
José Fogaça (PMDB) – 25%
Beto Albuquerque (PSB) – 11,3%
Yeda Crusius (PSDB) – 7,9%
Pedro Ruas (PSOL) – 3,1%
Vieira da Cunha (PDT) – 2,9%
Paulo Feijó (DEM) – 1,5%
Nenhum – 5,9%
Não sabe – 7,1%

Pesquisa Estimulada (Cenário 3)

Tarso Genro (PT) – 39%
José Fogaça (PMDB) – 29,3%
Beto Albuquerque (PSB) – 13,4%
Pedro Ruas (PSOL) – 3,6%
Paulo Feijó (DEM) – 1,6%
Nenhum – 5,3%
Não sabe – 7,8%

Rejeição

A governadora Yeda Crusius apresenta o maior índice de rejeição, com 58,2%. EM segundo lugar vem Paulo Feijó, com 22% e, em terceiro, Tarso Genro, com 18,8%. Germano Rigotto vem logo em seguida com 17,7% de rejeição.

A íntegra da pesquisa está disponível no site do Instituto Methodus.

Pescado do RS Urgente

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Mídia Guasca Abandona Yeda

Depois de 2 anos e pouco de (des)governo, finalmente a mídia guasca se deu conta de que entrou em um mato sem cachorro ao apoiar incondicionalmente a nossa governadora do "déficit zero"(única coisa, aliás, falada pelo Piratini). No Jornal do Almoço de hoje, Lasier Martins (defensor dela até debaixo d'agua), desta vez voltou sua verborragia justamente em direção da governadora surreal, ao criticar o veto do Piratini a cantora Isabela Fogaça que cantaria a música “Porto Alegre é demais” pela milésima vez (desta vez no estádio Beira-rio, antes do jogo da seleção). Novamente em seu progama da tarde na rádio gaúcha, Lasier critica o governo gaúcho e faz melosos desagravos a primeira-dama portoalegrense. Fogaça agora é o novo queridinho do PRBS e seus seguidores para 2010. Comecemos a colocar as barbas de molho.

terça-feira, 24 de março de 2009

Amigos para sempre


Hoje nossa abelha rainha nos brinda com uma importante informação. A vinda de José Serra à terra guasca. Serra vem palestrar para empresários gaúchos de Caxias. Provavelmente nossa governadora 9% vai colar (ahahhaa) no seu candidato a presidente e anunciar alguma medida anti-crise para o Estado, pois até agora nada. O PMDB, é claro, estará presente , afinal a parceria do PMDB e PSDB no RS tem mais de uma década, iniciando com Antônio Britto, que tinha Vicente Bogo do PSDB como vice-governador, passando por Rigotto que tinha Antônio Holfeldt também do PSDB. Em 2006, Eliseu Padilha do PMDB foi o coordenador de campanha da frente liderada pelo PSDB contra Olívio Dutra. Agora, novamente o candidato Fogaça que aparece 03 vezes no Correio do Povo de hoje (23) ahahahahahaha deverá prestigiar seus parceiros . Será que o Lair , o Culau, o Delson Martini e o Chico Fraga prestigiarão o fabuloso evento na Serra gaúcha ? O gaúcho é povo mais politizado do Brasil (ahahahahahhhhhhhoooouuuuhhhhhhahahahahahahahiiiiiiiii).

Do Blog Tomando na Cuia Reload

domingo, 22 de março de 2009

RS URGENTE: Pesquisa Datafolha mostra Tarso em primeiro, Fogaça em segundo e Yeda em terceiro


O Instituto Datafolha realizou sua primeira pesquisa para avaliar as intenções de votos em cinco estados (São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina). Matéria de Graciliano Rocha, da Agência Folha, em Porto Alegre, trata do resultado da pesquisa no RS:

"A pouco mais de 18 meses das eleições, pesquisa Datafolha realizada no Rio Grande do Sul mostra que a governadora Yeda Crusius (PSDB) está em terceiro lugar na disputa, atrás do ministro da Justiça, Tarso Genro (PT), e do prefeito de Porto Alegre, José Fogaça (PMDB). Nos quatro cenários pesquisados pelo Datafolha, os prováveis candidatos do PT e do PMDB -partidos que antecederam o PSDB no governo gaúcho- se revezam na dianteira das intenções de votos. Yeda aparece em terceiro, com percentuais que oscilam de 8% a 9% das intenções de votos.

A tucana, primeira mulher eleita como governadora no Estado, enfrenta uma crise política alimentada por denúncias de corrupção contra ela e integrantes de seu governo desde novembro de 2007, quando a Polícia Federal prendeu 13 pessoas suspeitas de participar de uma fraude que desviou R$ 44 milhões do Detran gaúcho. "A regra ultimamente é o governador sair na frente. A posição de Yeda certamente é reflexo do noticiário negativo", afirma Mauro Paulino, diretor-geral do Datafolha.

No primeiro cenário, Tarso aparece com 30%, seguido por Fogaça, com 27%. Trata-se de um empate técnico. Yeda aparece com 9%, o deputado federal Beto Albuquerque (PSB) tem 6%, o vice-governador Paulo Feijó (DEM) alcança 2% e o vereador Pedro Ruas (PSOL) foi o escolhido por 1%. Fogaça aparece em vantagem, com 30%, quando a opção do PT é o ex-governador Olívio Dutra, que soma 24%. Na simulação, os percentuais de Yeda e Beto Albuquerque se mantêm.

No cenário de disputa mais acirrada, Tarso atinge 33% de preferência nos municípios da região metropolitana de Porto Alegre, onde o PT conquistou a hegemonia nas últimas eleições. Na capital, tem 28%. Já o percentual de intenção de voto em Fogaça varia menos: na capital tem 26%; no interior, 27%. A governadora Yeda Crusius tem o seu melhor desempenho fora da capital e da região metropolitana, chega a 10% no interior. A ligeira vantagem do ministro da Justiça sobre o prefeito de Porto Alegre se dá fundamentalmente entre os eleitores que ganham até cinco salários mínimos. Neste estrato, o petista tem 30% contra 26% do peemedebista. Nos outros dois cenários, quando o possível candidato do PMDB é o também ex-governador Germano Rigotto, a vantagem dos petistas aumenta. Tarso alcança 32%, 14 pontos à frente de Rigotto (18%).

Com os dois ex-governadores na disputa, Olívio Dutra tem 27%, contra 20% de Rigotto. Nas quatro simulações feitas pelo Datafolha, varia de 11% a 13% o total de eleitores que declaram intenção de votar em branco ou anular o voto. Com um quadro indefinido sobre os prováveis concorrentes ao governo, nenhum deles se destaca na pesquisa espontânea, levantamento em que o entrevistado cita o nome de sua preferência sem que lhe sejam apresentadas opções. Na espontânea, dois em cada três eleitores consultados (67%) afirmam não saber em quem votarão nas eleições para governador em 2010".